Brasília – O deputado Lucas Redecker (PSDB-RS), presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), classificou de irresponsáveis as declarações do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, de não comprar mais as carnes produzidas pelos países do MERCOSUL.

Segundo ele, “essa foi uma fala irresponsável de quem não conhece o mercado e o sistema produtivo brasileiro. Há muitos anos, adotamos regras sanitárias e leis ambientais rígidas, além de investirmos pesado em inovação para o melhor desenvolvimento do nosso rebanho”, explicou.

Ao cobrar um posicionamento contundente por parte do governo brasileiro, o deputado questionou a rede: “O brasileiro serve para ser consumidor do Carrefour, mas o Brasil não serve para fornecer produtos?”. Ele também se disse preocupado com o impacto econômico da decisão para a pecuária nacional.

Na sua avaliação, o Brasil deve liderar um movimento de resposta já na próxima Cúpula do MERCOSUL que acontece em Montevideo, entre os dias 3 e 5 de dezembro. Na oportunidade, o Uruguai passará a presidência semestral do bloco à Argentina, que conduzirá as negociações com a União Europeia.

“Temos, ainda, que ter um posicionamento quanto ao boicote em si. Cada vez que isso ocorre, o Brasil deve responder da mesma forma. Está claro que a França faz de tudo para nos prejudicar, pois não quer a conclusão do Acordo de Livre Comércio MERCOSUL-UE”, advertiu.

Lucas Redecker tratou do assunto nesta sexta-feira, 22, em Lisboa, com o deputado Paulo Neves, membro da Comissão de Assuntos Estrangeiros da Assembleia Nacional de Portugal e presidente do Instituto para a Promoção da América Latina e Caribe (IPDAL).

De acordo com Redecker, “é necessário que o governo brasileiro dê uma resposta firme a essa decisão e também entendo que a França deve competir com qualidade, e não recorrer a boicotes protecionistas que prejudicam produtores e consumidores”, afirmou.
Assessoria de imprensa - CREDN