Perpétua assume Relações Exteriores da Câmara
Perpétua é a terceira mulher a presidir o colegiado em 76 anos. Anteriormente a ela, ocuparam o cargo as deputadas Zulaiê Cobra (PSDB-SP) e Márcia Kubitischek (PMDB-DF), filha do casal Juscelino e Sarah Kubitisheck.
A deputada acreana propõe uma ação forte na defesa das fronteiras e soberania nacional. Relatou as experiências do Acre e suas políticas de intercâmbio com o mercado andino e deu garantias de que as relações comerciais e de cooperação científica na região amazônica também pautarão os trabalhos da comissão. Disse que há prioridade definidas, e citou como exemplo fazer com que o colegiado se aproxime do cotidiano da casa, realizando seminários, que costumavam ocorrer há alguns anos, mas que não se repetiram. Ela também pretende trazer a sociedade civil ao debate, ouvindo institutos e universidades.
Outra prioridade para a parlamentar é lutar por melhor estruturação do espaço brasileiro na Antártica. “O recente acidente ocorrido na base brasileira foi um duro golpe na ciência e na soberania nacionais”, afirmou. A deputada defendeu ainda a estruturação de um grupo da Câmara que represente a Casa na conferência Rio +20, iniciativa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável.
Cooperação internacional
Sobre a migração dos haitianos, que entram no Brasil pelo estado do Acre, a deputada avalia que “ao mesmo tempo em que temos quer ser parceiros, solidários e humanitários, a gente precisa discutir se o Brasil tem condições de assumir essa responsabilidade sozinha”. Ela pretende chamar um debate internacional sobre a responsabilidade do Brasil na migração dos haitianos. “A solidariedade desconhece limites territoriais”, afirma, defendendo a participação dos outros países na busca de soluções para a situação do Haiti.
“Vi momentos de agonia do governador de ver o Acre com tanta gente e tantas necessidades e tivemos que fazer um apelo ao governo federal para assumir sua responsabilidade de fronteira naquela região”, conta a deputada.
Para Perpétua, o fato de a migração haitiana acontecer pela região amazônica exige um debate sobre a proteção das fronteiras brasileiras. “A gente se sente aviltado quando dizem que ela (floresta amazônica) deve ser internacionalizada, mas não é coincidência a entrada de haitianos pela região. O Brasil precisa demonstrar que pode cuidar da floresta amazônica”.
Na semana do Dia Internacional da Mulher, a deputada destacou o fato de ser a única mulher entre os dirigentes das 20 comissões temáticas da Casa e ser a terceira mulher a presidir a comissão em seus 76 anos de existência. Ela destaca que esses fatos representam um desprestígio às mulheres e que, o PCdoB, ao contrário, tem procurado prestigiar a mulher, aparecendo como exemplo para os demais partidos de como valorizar o espaço das mulheres.
Ela ressaltou ainda outro fato que considera simbólico. “Eu sou a única acreana que preside comissão, exatamente no ano do centenário da morte do Barão do Rio Branco, que ajudou o Brasil a garantir suas fronteiras, tanto que a minha capital tem o nome de Rio Branco”, contou.
Assem Neto - Assessor de Comunicação