OPERAÇÃO CRUZEX 2018

O Cruzeiro do Sul Exercise (CRUZEX) é um Exercício Operacional multinacional promovido pela Força Aérea Brasileira (FAB) desde 2002, que visa ao treinamento conjunto de cenários de conflito, promovendo trocas de experiências entre os países participantes
29/11/2018 16h51

Força Aérea Brasileira

OPERAÇÃO CRUZEX 2018

O Cruzeiro do Sul Exercise (CRUZEX) é um Exercício Operacional multinacional promovido pela Força Aérea Brasileira (FAB) desde 2002, que visa ao treinamento conjunto de cenários de conflito, promovendo trocas de experiências entre os países participantes.

A edição de 2018, que acontece entre os dias 18 e 30 de novembro, na Ala 10, em Natal (RN), vai reunir 13 países, incluindo o Brasil, e cerca de cem aeronaves militares brasileiras e estrangeiras. Trata-se do maior treinamento conjunto e multinacional promovido pela FAB – pois também reúne Marinha e Exército. O total previsto é entre 1.200 a 1.300 horas voadas.

A principal novidade da CRUZEX 2018 é o cenário de guerra não convencional, em que o combate é contra forças insurgentes ou paramilitares e não entre dois Estados constituídos. É o perfil encontrado em missões de paz da ONU.

Nesta edição, Brasil, Canadá, Chile, Estados Unidos, França, Peru e Uruguai vão participar com militares e aviões; Alemanha, Bolívia, Índia, Portugal, Suécia e Venezuela, com militares.

O exercício organizado pela Força Aérea Brasileira permite que os tripulantes treinem o combate aéreo em operações combinadas, ou seja, diferentes nações atuando em cenários de conflito de maneira integrada e cooperativa, promovendo a troca de experiências entre os integrantes das forças aéreas participantes.

“A CRUZEX permite o intercâmbio de competências operacionais. Além de estreitar os laços entre os países, possibilita agregar conhecimentos de outras nações que possuem experiências em cenários de ação conjunta”, afirma o diretor da CRUZEX, brigadeiro Luiz Guilherme Silveira de Medeiros.

A CRUZEX é o maior exercício de combate aéreo multinacional e conjunto - pois também reúne Exército e Marinha - realizado pela FAB.

Cenários de guerra não convencional

Uma das novidades desta edição da CRUZEX é a adição do treinamento em cenários de guerra não convencional, no inglês UW scenario- sigla para Unconventional Warfare, onde o combate é contra forças insurgentes ou paramilitares e não entre dois Estados constituídos. Trata-se de situações encontradas em missões onde atua a Organização das Nações Unidas (ONU).

Segundo o diretor do exercício, a importância para a FAB treinar esse cenário não convencional reside na possibilidade de o Brasil enviar aeronaves para integrar missões da ONU. “Se acontecer, precisamos estar preparados”, afirmou o brigadeiro Medeiros.  A CRUZEX vai permitir aos brasileiros treinarem ao lado de militares estrangeiros que já realizam esse tipo de missão no contexto da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Os cenários preparados para o treinamento envolvem guerra convencional e não convencional.  No cenário de guerra convencional, serão realizados os chamados “COMAOs”, sigla em inglês para Composite Air Operations, um ‘pacote’ com cerca de 40 a 50 aeronaves de naturezas distintas. As aeronaves decolam em sequência para - em tempo e espaço limitados - realizar missões com objetivos comuns ou complementares.

Aeronaves e delegações 

Os países participantes deslocarão aeronaves de caça, como os F-16 norte-americanos e chilenos; cargueiros e reabastecedores, como os CC-130J canadenses.

Os EUA participam com aproximadamente 130 militares, um reabastecedor KC-135 e seis caças F-16. A Força Aérea Chilena participa com um esforço muito semelhante: são cinco caças F-16 e um reabastecedor KC-135. A delegação, entre pilotos e equipes de manutenção, terá em torno de 90 militares. Essa é a quarta vez que o Chile participa da CRUZEX.

O Peru trará quatro caças A-37 e quatro caças Mirage 2000, com uma comitiva em torno de cem militares. A França participa com um cargueiro C-235; o Canadá com dois cargueiros CC-130J; e o Uruguai com quatro caças A-37.

A Força Aérea Brasileira deslocará para a Ala 10 em torno de 70 aeronaves de múltiplas aviações, além dos caças AF-1 da Marinha do Brasil, que participarão pela primeira vez do exercício.

O exercício é importante por três motivos. Primeiro, pelo intercâmbio de experiências. Em 2002, na primeira edição da CRUZEX, recebemos três países com meios aéreos e um país mandou observador militar. Hoje, temos sete países que irão trazer aeronaves, fora os observadores. Ou seja, a evolução é muito clara. Não é à toa que o número de interessados foi aumentando. Essa troca de experiências é essencial para que a Força atinja um nível de treinamento adequado. Em segundo lugar, a CRUZEX é importante pela interoperabilidade que proporciona: nesta edição, Exército e Marinha também estarão participando, inclusive nas ações de guerra não convencional, que é uma das principais novidades da edição deste ano. Nesse tipo de cenário, o conflito não acontece entre dois Estados constituídos, mas contra forças insurgentes. E, finalmente, o exercício é importante pela possibilidade de treinar os nossos meios logísticos-operacionais. Isso é essencial porque, na eventualidade de um conflito ou na eventualidade de o país ser deslocado, por exemplo, para atender a uma operação de paz, nós temos que ter essas expertises para executar.

 

Edições anteriores:

CRUZEX I – 2002

Países: Brasil, Argentina e França

Observador: Chile

Aeronaves: Brasil (F-5, F-103, A-1, AT-27, RA-1, R-99, C-115, C-95, KC-137, KC-130, P-95, UH-1H, CH-34, UH-50); França (Mirage 2000, E-3, KC-135); e Argentina (M-V, KC-130)

Locais: Base Aérea de Florianópolis (SC), Lajes (SC), Chapecó (SC), Base Aérea de Canoas (RS), Base Aérea de Santa Maria (RS), Pelotas (RS), Caxias do Sul (RS) e Passo Fundo (RS).


CRUZEX II – 2004

Países: Argentina, Brasil, França e Venezuela
Observadores: Peru, Uruguai e África do Sul
Aeronaves: Brasil (F-5, F-103, A-1, T-27, RA-1, R-99, R-35, C-95, SC-95, KC-130, KC-137, H-34, H-50, H-1H); Argentina (Mirage 2000, KC-135, E-3F); e Venezuela (F-16, Mirage 50, Super Puma, B-707)
Locais: Base Aérea de Natal (RN), Base Aérea de Fortaleza (CE), Base Aérea de Recife (PE), Campina Grande (PB) e Mossoró (RN)


CRUZEX III - 2006

Países: Argentina, Brasil, Chile, França, Peru, Uruguai e Venezuela
Observadores: Bolívia, Colômbia e Paraguai
Aeronaves: Brasil (Mirage III, F-5, A-1, AT-26, A-29, AT-27, R-99, SC-95, H-34, H-50, H-1H, KC-137, KC-130); Argentina (IA-58 Pucará, A-4AR Fightinghawk); Chile (A-37B Dragonfly); França (Mirage 2000, E-3F Sentry); Venezuela (KC-707, VF-5A, Mirage 50, F-16); e Uruguai (IA-58 Pucara, A-37B Dragonfly)
Locais: Base Aérea de Campo Grande (MS), Base Aérea de Anápolis (GO), Uberlândia (MG), Base Aérea de Brasília (DF) e Jataí (GO)


CRUZEX IV - 2008

Países: Brasil, Chile, França, Uruguai e Venezuela
Observadores: Bolívia, Canadá, Colômbia, Equador, Grã-Bretanha, Peru e Paraguai
Aeronaves: Brasil (F-5, Mirage 2000, A-1, A-29, RA-1, E-99, SC-95, C-130, C-105, C-95, KC-130, KC-137, H-1H, H-50, H-34, H-60, VU-35); Chile (F-5 III, KB-707); França (Mirage 2000); Uruguai (A-37 Dragonfly, IA-58 Pucara); e Venezuela (F-16)
Locais: Base Aérea de Natal (RN), Base Aérea de Fortaleza (CE), Base Aérea de Recife (PE), Campina Grande (PB) e Mossoró (RN)


CRUZEX V - 2010

Países: Brasil, Argentina, Chile, França, Estados Unidos
Observadores: Bolívia, Equador, Canadá, Inglaterra, Colômbia e Paraguai
Aeronaves: Brasil (F-5, Mirage 2000, A-1, A-29, E-99, C-105, C-130, C-95, H1-H, H-60, H-34, KC-137, UH-14); Argentina (A-4, KC-130); Chile (F-16, KC-135); França (Mirage 2000, Rafale); Estados Unidos (F-16, KC-135); e Uruguai (A-37 Dragonfly, IA-58 Pucara)
Locais: Base Aérea de Natal (RN), Base Aérea de Recife (PE), Base Aérea de Fortaleza (CE), Campina Grande (PB) e Mossoró (RN)


CRUZEX C2 – Comando e Controle - 2012

Países: Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Equador, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Peru, Suécia, Uruguai e Venezuela
Observador: Portugal
Local: Base Aérea de Natal (RN)


CRUZEX VI - 2013

Países: Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Uruguai e Venezuela

Aeronaves: Brasil (F-5EM/FM, F-2000 Mirage, R/A-1 Falcão, A-29 Super Tucano, K/C-130H Hércules, E-99, SC-105 Amazonas, H-1H Iroquois, H-60 BlackHawk, H-34 Super Puma e AH-2 Sabre). Outros países (caças F-16 Fighting Falcon e A-37 Dragonfly).

Locais: Base Aérea de Natal (RN) e Base Aérea de Recife (PE).