Na Rio Clima, Perpétua insiste na revisão do IDH e cultura da prevenção
Adiar este debate, defendeu a parlamentar, é ignorar os três pilares fundamentais para se construir o sonhado desenvolvimento sustentável: crescimento econômico, proteção ambiental e justiça social. Ela citou como exemplo de exclusão as populações que mais protegeram suas florestas - ironicamente as que aparecem em primeiro lugar nos piores Índices de Desenvolvimento Humano.
“As tragédias ambientais têm a cara da pobreza e impõem consequências irreversíveis às populações vulneráveis”, lembrou Perpétua ao se valer de um trecho da Carta de Cientistas brasileiros à presidenta Dilma, segundo a qual “o caminho mais racional e eficiente para aumentar a resiliência da humanidade diante das mudanças climáticas inevitáveis é a elevação geral dos seus níveis de desenvolvimento e progresso aos patamares permitidos pela Ciência e por tecnologias modernas”.
A deputada revelou experiência que viveu no ano passado, ao presidir a Comissão Especial de Desastres Naturais da Câmara Federal que culminou com a aprovação do Estatuto de Defesa Civil, que também foi aprovado pelo Senado Federal. “Percebi que a população do planeta carece, principalmente da cultura da prevenção – assunto que, penso, deveria virar disciplina obrigatória em todas as escolas de todas as cidades do mundo”.
Ao propor reflexões sobre a perda de vidas humanas e os prejuízos financeiros, a deputada disse apoiar estruturas que garantam o crescimento das nações, que tragam melhores condições e dignidade para as gerações futuras, “mas não podemos arrancar o pescoço da galinha dos ovos de ouro, que é a mãe terra”.
Perpétua transcreveu parte do Documento Final do Globe - uma entidade de legisladores de vários parlamentos do mundo, em que os signatários afirmaram: “comprometemo-nos a renovar o compromisso político dos países com o desenvolvimento sustentável, levando em consideração as três dimensões principais: o crescimento econômico, a proteção ambiental e a justiça social, sem desrespeitar a soberania dos países...”
O deputado Alfredo Sirkis, que preside a Subcomissão da Rio+20 da Câmara, leu as seguintes recomendações à cúpula da Rio+20: incluir indicadores sociais e ambientais; o aumento do investimento em energias limpas e o fim de subsídios a combustíveis fósseis; o pagamento por serviços ambientais (recuperação de ecossistemas); e a instalação de termômetros pelo mundo indicando diariamente a concentração de gás carbônico na atmosfera.
Vanessa Marques e Assem Neto - Assessoria de Imprensa/CREDN