Mourão reconhece que questão ambiental é o principal desafio global da atualidade

O vice-presidente falou à CREDN sobre os interesses internacionais, o agronegócio e o potencial de exploração da biodiversidade e de riquezas minerais na Amazônia
24/11/2021 16h56

Alexssandro Loyola

Mourão reconhece que questão ambiental é o principal desafio global da atualidade

Brasília – O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, falou à Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira, 24, onde reconheceu que o Brasil tem falhado na preservação e proteção da Amazônia. Ele atendeu requerimento do deputado Aécio Neves (PSDB-MG), presidente da CREDN.

Em relação aos números do desmatamento, o vice-presidente reiterou que falta integração e diálogo entre os 15 ministérios e agências governamentais que integram o Conselho Nacional da Amazônia Legal. Em novembro de 2021, o PRODES divulgou novos dados que revelam um aumento de 22% na taxa anual de devastação ambiental. Nos anos anteriores, o aumento foi de 30%, entre 2018 e 2019, e de 20% entre 2019 e 2020.

“Por outro lado, desde 2019, o governo federal vem priorizando o combate ao desmatamento por meio de operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLOs), que já custaram mais de meio bilhão de reais ao orçamento brasileiro. A despeito deste gasto monumental e da presença de milhares de militares na região, as multas aplicadas são 18% inferiores àquelas emitidas pelos fiscais do IBAMA para o anterior à instalação da primeira GLO em 2019”, destacou Aécio Neves.

Diante desses dados, o deputado questionou os benefícios alcançados com as GLOs e pôs em dúvida se esta é a ferramenta mais adequada para o combate ao desmatamento na Amazônia. Mourão coincidiu que é fundamental investir nas agências ambientais com o fortalecimento não apenas dos seus recursos humanos, como dotá-los de condições para que a fiscalização produza resultados. Na sua avaliação, o Brasil precisa investir no desenvolvimento sustentável da Amazônia, “onde diversos atores estatais e não estatais procuram limitar a nossa soberania”.

Aécio Neves destacou, ainda, a necessidade de o Brasil lidar com a questão amazônica como “uma política de Estado e não de governos, que são circunstanciais”.

Assessoria de Imprensa - CREDN