Moeda única e taxa de juros na agenda da CREDN com o presidente do BC

Desde meados dos anos 90, aventa-se a possibilidade de o MERCOSUL avançar na adoção de uma moeda única para as relações econômicas e financeiras intrabloco. Da mesma forma, o uso do Real e do Yuan, por exemplo, entre Brasil e China, também tem sido especulado há muitos anos.
02/08/2023 18h41

Câmara dos Deputados

Moeda única e taxa de juros na agenda da CREDN com o presidente do BC

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, será convidado para, em audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), discutir as consequências advindas da eventual adoção de uma moeda comum entre Brasil e Argentina, e os impactos da atual política de juros na atração de investimentos estrangeiros para o setor produtivo brasileiro.

Nesse sentido, foi aprovado, nesta quarta-feira, 2, requerimento de autoria do deputado Paulo Alexandre Barbosa (PSDB-SP), presidente da Comissão. A adoção de uma moeda única para o MERCOSUL, para as transações entre o Brasil e a Argentina, e das moedas nacionais, para o comércio exterior do Brasil com China, Rússia e Índia, foi retomada na reunião do G-7, no Japão, e durante a cúpula de relançamento da UNASUL, em Brasília, ambas realizadas este ano.

“O fato objetivo é que a disposição dos mandatários de Brasil e Argentina em avançar na proposta de criação de uma moeda comum tem gerado turbulências no debate econômico e trazido muitas inquietações para o setor produtivo nacional”, observou o deputado.

Para Paulo Alexandre, “não está claro o que o Brasil, de fato, defende e o que, realisticamente, está sendo discutido. E, o mais importante, se os interesses nacionais estariam protegidos”, afirmou. Quanto à taxa de juros, o deputado tem especial preocupação com os impactos negativos na atração de investimentos externos.

“Como se sabe, esses recursos são essenciais para alavancar mercados em desenvolvimento e emergentes, porquanto somente capitais públicos e privados domésticos são insuficientes. Além disso, os investimentos estrangeiros estimulam o crescimento das empresas e nivelam as economias de escala em mercados domésticos, proporcionando melhorias em produtividade, rentabilidade, geração de empregos e riquezas”, explicou.

Assessoria de Imprensa - CREDN