Missão Parlamentar vai ao Haiti para avaliar ações da Minustah

No dia 12 de outubro, o Conselho de Segurança da ONU aprovou a Resolução 2070 que prorroga até 15 de outubro de 2013 o mandato da Missão das Nações Unidas de Estabilização do Haiti (Minustah). Com o objetivo de avaliar os progressos alcançados pela Missão comandada pelo Brasil desde 2004, um grupo de deputados da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) embarcou para Porto Príncipe na quarta-feira, 5.
05/12/2012 14h45

A Missão Parlamentar coordenada pela presidente da CREDN, deputada Perpétua Almeida (PCdoB/AC) é integrada pelos deputados Gonzaga Patriota (PSB/PE) e Jô Moraes (PCdoB/MG). Em Porto Príncipe, eles terão reuniões de trabalho com o presidente haitiano Michel Martelly, o primeiro-ministro Laurent Lamothe, o representante do Secretário-Geral da ONU, Mariano Fernández, e o Force Commander da Minustah, o general brasileiro Fernando Rodrigues Goulart.

Segundo Perpétua Almeida, “após o violento terremoto que devastou o Haiti, em janeiro de 2010, a situação que já era difícil, tornou-se caótica. Também nesse difícil momento, as Forças Armadas do Brasil assumiram papel de liderança, coordenando os esforços para reerguer o Haiti”.

Ela destacou ainda que, além de atuar em ações voltadas à garantia da segurança e da ordem, os militares brasileiros desempenham outras funções de ordem social. “E é exatamente isso que os diferenciam de todas as outras missões que já passaram pelo Haiti. A atuação da tropa brasileira é diferenciada e exemplar, portanto, bem recebida e respeitada pelos haitianos”, afirmou.

Os deputados também pretendem conhecer detalhes do plano de redução do contingente militar no Haiti. Segundo decisão da ONU, para 2013 haverá um corte de 15% no número de militares na Minustah. Atualmente, a Missão conta com 7.309 militares de 19 países, sendo 1.896 do Brasil.

Imigração

A deputada Perpétua Almeida discutirá com as autoridades haitianas e das Nações Unidas medidas de combate à imigração ilegal de haitianos para o Brasil. Recentemente, ela visitou um grupo de imigrantes que vivem em Brasiléia, no Acre.

Em sua grande maioria, os haitianos são vítimas de redes internacionais de tráfico de pessoas. O Brasil regularizou a situação de 200 deles, mas, de acordo com a Polícia Federal, quase 3 mil entraram no Brasil pelas fronteiras da Bolívia e do Peru.

Na avaliação da deputada, é preciso incentivar as empresas brasileiras a investirem no Haiti. “O país precisa de investimentos que gerem empregos e renda, e como consequência, desenvolvimento social e econômico. Este é o principal desafio imposto à comunidade internacional”, concluiu.