Ministro defende mais recursos para as Forças Armadas e indústria de Defesa recebe apoio político

Brasília – O ministro da Defesa, Celso Amorim, defendeu nesta terça-feira, o aumento dos recursos para as Forças Armadas no Seminário "Os Projetos Estratégicos das Forças Armadas: contribuição ao Desenvolvimento Nacional", promovido pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) e coordenado pela Subcomissão Permanente de Acompanhamento dos Projetos Estratégicos das Forças Armadas em parceria com a Frente Parlamentar da Defesa Nacional e o Instituto InfoRel de Relações Internacionais e Defesa. Amorim destacou que o Brasil precisa investir até 2% do seu PIB no setor.
06/05/2014 00h00

Foto: Zeca Ribeiro (CD)

Ministro defende mais recursos para as Forças Armadas e indústria de Defesa recebe apoio político

Celso Amorim afirmou que o Brasil precisa aumentar os recursos em Defesa para 2% do seu PIB

"Mesmo um país pacífico como o Brasil, não pode descartar a hipótese de ser afetado por ações armadas de potências extra-regionais, eventualmente, até geradas por conflitos que nos são estranhos. O Brasil é uma potência na área alimentar, ambiental e energética. São estas áreas que a escassez de recursos, pode gerar crises", justificou.

Amorim informou que entre 2003 e 2013, as despesas com custeio e investimento na Defesa passaram de R$ 3,7 bilhões para R$ 18,3 bilhões. Segundo ele, "se consideramos apenas os gastos com investimentos, saltamos de R$ 900 milhões para R$ 8,9 bilhões. Um aumento de quase 1000% no período".

O evento foi marcado pelo consenso entre as autoridades civis e militares que o Brasil precisa de recursos estáveis para a defesa nacional.

De acordo com a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), "precisamos equacionar esta questão buscando regularidade e perenidade dos fluxos de recursos voltados para os projetos estratégicos. Caminhar para um plano plurianual, não contingenciável, é um consenso entre os que compreendem as necessidades no setor de defesa nacional", afirmou.

Ela defendeu ainda uma decisão política urgente para o financiamento do Plano de Articulação e Equipamentos de Defesa (PAED), capaz de organizar a demanda e dotar de previsibilidade a obtenção de materiais e sistemas pelas Forças Armadas junto à indústria nacional do setor.

"O objetivo do nosso seminário foi exatamente o de ressaltar a importância de estarmos em pleno curso do desenvolvimento de relevantes projetos estratégicos das Forças Armadas, que dão grande contribuição ao desenvolvimento econômico e a conquista de autonomia produtiva e tecnológica do país", explicou.

Já o vice-presidente da CREDN, Duarte Nogueira (PSDB-SP), criticou a falta de planejamento do governo em relação ao Orçamento da Defesa. "O problema orçamentário em relação a essas questões extremamente importantes e estratégicas que são os investimentos nas Forças Armadas demonstra uma total falta de planejamento por parte do governo", enfatizou lembrando que para 2014, o orçamento da Defesa caiu de R$ 14,79 bilhões para R$ 11,29 bilhões.

"No âmbito da comissão temos trabalhado para que as Forças Armadas recebam os recursos necessários para a sua modernização e reequipamento, bem como para que seus integrantes recebam salários e benefícios condizentes com a missão que abraçaram", explicou Eduardo Barbosa (PSDB-MG), presidente da CREDN.

"O Brasil não pode negligenciar que vivemos em um mundo em constante tensão e mergulhado nos mais variáveis conflitos. Forças Armadas equipadas, modernas, ágeis e bem equipadas enviam uma mensagem contundente aos que pensem usar a força contra o nosso território".

Na sua avaliação, país algum pode abrir mão de construir equipamentos necessários a sua própria defesa. "Uma indústria forte, com estímulos certos, contribui para uma independência cada vez maior da nação. O fortalecimento da indústria nacional de defesa é fator determinante para que avancemos em inovação, ciência e tecnologia", ressaltou.

Barbosa afirmou que ainda que a indústria da defesa investe por anos em pesquisa para promover as Forças Armadas, gerando inúmeros empregos diretos e indiretos. "Daí a necessidade de se criar uma forma permanente de financiamento para o setor", concluiu.

 

 

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