Ministro da Defesa pede ajuda e propõe novas relações com a CREDN
Brasília – O ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, pediu ajuda aos membros da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) para que as Forças Armadas não paralisem os seus projetos estratégicos e chamou a atenção para a necessidade de se conferir previsibilidade ao orçamento da pasta. Para tanto, apontou a aprovação da PEC 55/23, fundamental para que haja aumento no orçamento das Forças Armadas.
Nesta quarta-feira, 17, o ministro José Mucio participou de reunião da CREDN, em atendimento aos requerimentos do presidente do Colegiado, Lucas Redecker (PSDB-SP) e do deputado Albuquerque (REPUBLICANOS-RR) e esteve acompanhado dos Comandantes do Exército, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva; da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen; e da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno.
“O Brasil é o maior exportador de produtos de defesa da América do Sul. Em 2023, as exportações autorizadas foram de US$ 1,4 bilhão, sendo cerca de 125% a mais que em 2022, segunda melhor posição desde que iniciamos essa série histórica. Temos expectativa de dobrar esses resultados em 2024”, explicou.
O ministro informou, também, que o Brasil investe em torno de 1,1% do seu PIB em defesa, enquanto que a média mundial é de 2,3%. Apenas no ano passado, as grandes potências investiram cerca de US$ 2,2 trilhões em armamentos. “É muito difícil num país como o Brasil, com tantos problemas, pedir dinheiro para a Defesa. Mas, hoje, compramos sem a certeza de podermos pagar”, advertiu.
Em sua exposição, Mucio reconheceu que há riscos de demissões no setor, como por exemplo, de funcionários que trabalham nos projetos dos submarinos e fragatas. “Estamos com aviadores sem aviões, marinheiros sem navios e soldados sem equipamentos”, afirmou.
Forças Armadas
O diagnóstico foi corroborado pelos respectivos comandantes. Segundo o general Tomás, Comandante do Exército, a força necessita modernizar vários sistemas para poder exercer o seu papel na proteção das fronteiras. Ele citou o caso de um sistema de defesa aéreo de média altura, bem como a aquisição de helicópteros norte-americanos Black Hawk. “Uma bateria antiaérea de média altura da Ucrânia impediu a destruição de Kiev”, revelou.
Já o Comandante da Marinha, almirante Olsen, assinalou que, “nos últimos 20 anos, a esquadra desmobilizou 50% dos seus meios e até 2028, mais 40% serão desmobilizados dos 50% que sobraram”. Ele salientou que a indústria naval do Brasil já foi a segunda do mundo e que apenas o projeto dos submarinos emprega em torno de 63 mil pessoas e envolve 700 empresas.
Em 2023, a Aeronáutica investiu R$ 1.8 bilhão em seus projetos estratégicos, mas o cenário não é diferente das demais forças. De acordo com o brigadeiro Damasceno, “não estamos voando a quantidade de horas necessárias para mantermos os pilotos adestrados e atender todas as demandas”, disse. Hoje, a FAB conta com 458 aeronaves ativas. Em 2014, eram 576. O déficit anual para a manutenção dos meios da Força Aérea é de R$ 1.31 bilhão.
Assessoria de imprensa - CREDN