Ministro da Defesa pede ajuda e propõe novas relações com a CREDN

Em reunião que durou mais de cinco horas, José Mucio Monteiro pediu ajuda aos membros da CREDN para que as Forças Armadas não paralisem seus projetos estratégicos. Ele também cobrou previsibilidade orçamentária.
17/04/2024 17h40

Alexssandro Loyola

Ministro da Defesa pede ajuda e propõe novas relações com a CREDN

Brasília – O ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, pediu ajuda aos membros da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) para que as Forças Armadas não paralisem os seus projetos estratégicos e chamou a atenção para a necessidade de se conferir previsibilidade ao orçamento da pasta. Para tanto, apontou a aprovação da PEC 55/23, fundamental para que haja aumento no orçamento das Forças Armadas.

Nesta quarta-feira, 17, o ministro José Mucio participou de reunião da CREDN, em atendimento aos requerimentos do presidente do Colegiado, Lucas Redecker (PSDB-SP) e do deputado Albuquerque (REPUBLICANOS-RR) e esteve acompanhado dos Comandantes do Exército, general Tomás Miguel Miné Ribeiro Paiva; da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen; e da Aeronáutica, brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno.

“O Brasil é o maior exportador de produtos de defesa da América do Sul. Em 2023, as exportações autorizadas foram de US$ 1,4 bilhão, sendo cerca de 125% a mais que em 2022, segunda melhor posição desde que iniciamos essa série histórica. Temos expectativa de dobrar esses resultados em 2024”, explicou.

O ministro informou, também, que o Brasil investe em torno de 1,1% do seu PIB em defesa, enquanto que a média mundial é de 2,3%. Apenas no ano passado, as grandes potências investiram cerca de US$ 2,2 trilhões em armamentos. “É muito difícil num país como o Brasil, com tantos problemas, pedir dinheiro para a Defesa. Mas, hoje, compramos sem a certeza de podermos pagar”, advertiu.

Em sua exposição, Mucio reconheceu que há riscos de demissões no setor, como por exemplo, de funcionários que trabalham nos projetos dos submarinos e fragatas. “Estamos com aviadores sem aviões, marinheiros sem navios e soldados sem equipamentos”, afirmou.

Forças Armadas

O diagnóstico foi corroborado pelos respectivos comandantes. Segundo o general Tomás, Comandante do Exército, a força necessita modernizar vários sistemas para poder exercer o seu papel na proteção das fronteiras. Ele citou o caso de um sistema de defesa aéreo de média altura, bem como a aquisição de helicópteros norte-americanos Black Hawk. “Uma bateria antiaérea de média altura da Ucrânia impediu a destruição de Kiev”, revelou.

Já o Comandante da Marinha, almirante Olsen, assinalou que, “nos últimos 20 anos, a esquadra desmobilizou 50% dos seus meios e até 2028, mais 40% serão desmobilizados dos 50% que sobraram”. Ele salientou que a indústria naval do Brasil já foi a segunda do mundo e que apenas o projeto dos submarinos emprega em torno de 63 mil pessoas e envolve 700 empresas.

Em 2023, a Aeronáutica investiu R$ 1.8 bilhão em seus projetos estratégicos, mas o cenário não é diferente das demais forças. De acordo com o brigadeiro Damasceno, “não estamos voando a quantidade de horas necessárias para mantermos os pilotos adestrados e atender todas as demandas”, disse. Hoje, a FAB conta com 458 aeronaves ativas. Em 2014, eram 576. O déficit anual para a manutenção dos meios da Força Aérea é de R$ 1.31 bilhão.

Assessoria de imprensa - CREDN