Ministro Antonio Patriota participa de audiência pública na CREDN
O assunto que movimentou a audiência foi a decisão dos países integrantes da União das Nações Sul-Americanas (UNASUL) e do Mercado Comum do Sul (Mercosul) de autorizar a entrada da Venezuela e determinar a saída do Paraguai do bloco econômico, em junho deste ano, depois da destituição do presidente paraguaio Fernando Lugo. O ministro foi questionado por alguns parlamentares se a posição brasileira foi motivada por razões exclusivamente jurídicas, relativas ao bloco econômico sul-americano, ou por cunho político-ideológico. Patriota negou que tenha havido qualquer pressão do Poder Executivo do Brasil sobre os outros governantes, como foi noticiado pela imprensa brasileira. “Além de suspenderem o Paraguai da UNASUL e do Mercosul, todos os países sul-americanos retiraram os embaixadores de Assunção, portanto, é uma unanimidade e não uma pressão do governo brasileiro sobre outros. A democracia é imperfeita em todos os lugares onde ela floresce, mas quando chefes de estados se reúnem para encontrar um consenso a partir de um colegiado de chefes democrático, aí a margem de erro está reduzida ao mínimo”, defendeu.
Antonio Patriota exemplificou as ações do governo brasileiro na tentativa de colaborar com o fortalecimento das instituições democráticas, por exemplo, as mais de cinquenta visitas de chefes de Estado ao Brasil, durante o governo da presidenta Dilma Rousseff, e a realização da Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, conhecida como Rio+20, realizada no Rio de Janeiro, em junho deste ano. “A presença física de representações brasileiras pelo mundo é cada vez mais intensa. Hoje nós temos relações diplomáticas com todos os países da ONU. Por isso, tenho certeza de que nós brasileiros representamos um vetor de paz e temos obrigação de ajudar a caminhada das nações rumo à democracia”, afirmou o ministro.
A presidenta da CREDN, deputada Perpétua Almeida (PCdoB/AC), ressaltou a importância da presença no Ministro Antonio Patriota na audiência e reforçou o convite para que ele participe do seminário que será realizado pela CREDN, em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nos dias 18 e 19 de setembro, que terá o tema: “Os desafios da política externa brasileira em um mundo em transição”. “Há mais de dez anos a CREDN não realiza um debate tão aprofundado sobre o tema e será de extrema importância ouvir as experiências, os trabalhos e o conhecimento do Itamaraty sobre a questão”.
Também participaram da audiência membros de embaixadas estrangeiras sediadas em Brasília, embaixadores do Ministério das Relações Exteriores e vinte e seis deputados membros da CREDN.