Fronteiras da Amazônia: proteção e soberania devem andar juntas

Território de riquezas incomensuráveis, a Amazônia brasileira é também uma das regiões mais vulneráveis do território nacional. O país tem quase 17 mil quilômetros de fronteiras e seu monitoramento é feito, sobretudo, pelo Exército, especialmente no Norte do país, área que engloba a densa floresta tropical. Com o intuito de discutir a questão das parcerias entre os diferentes órgãos de fiscalização das fronteiras e avaliar a disposição orçamentária para apoiar este trabalho, a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) organizou uma audiência pública para debater ‘o papel do Exército brasileiro na Amazônia, na proteção da unidade nacional, das diversidades e das riquezas; a situação do controle de fronteiras, as ameaças do tráfico de drogas, armas e diversidade e a coordenação com as forças dos países limítrofes’.
21/10/2015 11h00

Foto: Claudia Guerreiro

Fronteiras da Amazônia: proteção e soberania devem andar juntas

Comissão recebe comandante militar da Amazônia para falar sobre desafios das fronteiras

Solicitada pelo deputado Átila Lins (PSD/AM), e subscrita pelos deputados Pastor Eurico (PSB/PE) e Ezequiel Fonseca (PP/MT), a audiência teve como convidado o general de Exército Guilherme Cals Theophilo Gaspar De Oliveira, comandante militar da Amazônia. Em sua fala, o general Cals explicou as dificuldades enfrentadas no desafio de monitorar as enormes fronteiras brasileiras com os parcos recursos – orçamentários, materiais, tecnológicos e humanos – existentes atualmente. “É missão nossa, do Exército, estar permanentemente atuando na fronteira”, lembrou.

Destacando as parcerias de orçamento para desenvolver as ações necessárias na região, o comandante militar frisou que “temos que nos preocupar com os recursos que são alocados na Amazônia. Eles existem e precisam ser trabalhados em conjunto”. Em sua apresentação, Guilherme Cals apontou uma zona crítica, o trecho conhecido como Amazônia Ocidental: “a atuação dos cartéis na região amazônica já foi detectada”.

Jô Moraes (PCdoB/MG), presidente da CREDN, lembrou que a Amazônia tem que passar a ser uma das preocupações centrais de qualquer projeto de desenvolvimento do país. Sobre as informações apresentadas pelo general acerca dos desafios a serem vencidos na proteção das fronteiras, a deputada comentou: “os dados das ameaças, do tráfico de drogas, dos armamentos e da fragilidade das fronteiras mostram como estas influenciam na realidade de violência dos centros urbanos. Assim, se buscamos paz, devemos começar protegendo as fronteiras daqueles que alimentam estes conflitos”, concluiu.

“Existem duas guerras atualmente no nosso país: a guerra da fronteira e a guerra urbana. A guerra da fronteira, nós estamos perdendo; com isso, também não conseguimos deter a urbana. Isto porque toda a logística da urbana vem da fronteira: sejam os armamentos, seja a droga, seja a biopirataria, o roubo da biodiversidade”.

 

 

Cláudia Guerreiro

Assessora de comunicação da CREDN

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