Filipe Barros critica execução da Política Externa e vê perseguição contra a Direita

Ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, asilada no Brasil, foi condenada naquele país a 15 anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Lava Jato.
24/04/2025 09h15

Alan Santos

Filipe Barros critica execução da Política Externa e vê perseguição contra a Direita

Política Externa

Brasília – Nesta quarta-feira, 23, o presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), Filipe Barros (PL/PR) criticou a execução da Política Externa e afirmou que “ao acolher como asilada uma pessoa condenada por corrupção, o Brasil envia uma péssima mensagem ao mundo”.

Na sua avaliação, o Itamaraty distorceu os preceitos da Convenção sobre Asilo Diplomático, de 1954, que não prevê a concessão deste benefício a corruptos. “Com isso, o Brasil se associa ao que há de pior na política mundial, além de desrespeitar, sumariamente, a Justiça do Peru que investigou, por três anos, os delitos imputados à ex-primeira-dama”, explicou.

Ele lembrou que a Operação Lava Jato, no Peru, levou à prisão quatro ex-presidentes do país e dezenas de pessoas envolvidas com corrupção e lavagem de dinheiro. O marido de Heredia, Ollanta Humala, é um dos ex-presidentes que está preso.

“Como se isso não bastasse, o contribuinte brasileiro foi obrigado a arcar com as despesas do transporte aéreo da senhora Heredia, do Peru para o Brasil, em avião da Força Aérea Brasileira (FAB), fato que esperamos seja objeto de uma auditoria rigorosa pelo Tribunal de Contas da União. Tal concessão fulaniza o instrumento sagrado do asilo diplomático e nos diminui ainda mais junto à comunidade internacional”, acrescentou.

Espanha

Filipe Barros afirmou, ainda, que a decisão de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), de cobrar da Embaixadora da Espanha no Brasil, explicações sobre decisão tomada pela Justiça daquele país, atenta contra a soberania da Espanha e do seu Poder Judiciário.

A Justiça espanhola negou, duas vezes, a extradição do brasileiro Oswaldo Eustáquio, alegando que ele não cometeu nenhum crime tanto no Brasil como na Espanha. Recentemente, o Embaixador do Brasil em Madri, Orlando Leite Ribeiro, cobrou explicações das autoridades judiciárias espanholas.  

“Ambos os episódios são graves e maculam, indelevelmente, a imagem do nosso país e da nossa diplomacia. Esses dois eventos confirmam claramente a adoção de medidas draconianas e de clara perseguição contra um espectro da política nacional que, apesar de ser legitimado pelo voto popular e de ser portador de garantias constitucionais, vê-se cada vez mais silenciado e tolhido, como se à direita simplesmente não fosse dado o direito de existir”, concluiu.

Assessoria de Imprensa CREDN