Especialistas elogiam a nova Lei da Migração aprovada pelo Congresso
O tema desta segunda-feira, dia 3, no Senado, versou justamente sobre Migração e Refugiados: Convidados Indesejados ou Oportunidade de Desenvolvimento?
Para Bruna Furlan, o grande legado da lei é o seu caráter humanitário. “O Brasil foi forjado na força, na fé e na perseverança daqueles que deixaram suas raízes para migrarem. Nossa história é a história de homens e mulheres que transformaram esta terra em uma grande nação”, afirmou.
Na avaliação do professor Renato Zerbini, do Centro Universitário de Brasília (UniCeub), “a lei menciona sete vezes o princípio da não-discriminação, que é o princípio basilar de todas as nossas falas”. Ele lembrou que um país como o Brasil, signatário de vários tratados de direitos humanos, não poderia privar pessoas de desfrutar desses direitos e lembrou da Lei de Refúgio, de 1997, que serviu como modelo para leis semelhantes nos países do MERCOSUL.
Já o professor André de Carvalho Ramos, da Universidade de São Paulo (USP), afirmou que o Brasil ganha quando respeita suas origens e o seu passado de fluxos migratórios. Ramos destacou que nenhum país ganhou ao rejeitar a mobilidade humana.
Segundo ele, “as sociedades se movem, quer os governantes queiram ou não. A história da humanidade é uma história de fluxos e nós não estaríamos onde estamos, em todos os continentes, com a pujança da humanidade, se não fossem esses fluxos”, assegurou.
Por sua vez, o consultor legislativo Tarciso Dal Maso Jardim explicou que a questão dos muros para conter a imigração é antiga, mas artificiais e ignoram a forte integração entre os países que fazem fronteira.
“O gerenciamento não é o muro, o gerenciamento é a ponte, onde as pessoas conversam. Eu louvo a iniciativa que ocorreu no Brasil buscando outro caminho para a questão migratória que desembocou na Lei de Migração”, assinalou.
Para o oficial da Unidade de Proteção no Brasil da Agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Refugiados (ACNUR), Gabriel Gualano de Godoy, o Brasil enfrenta uma crise de percepção uma vez que esses refugiados não significam um peso para o país de destino, mas uma oportunidade de contribuir para o seu desenvolvimento.
Ele também pediu a ratificação da adesão do Brasil à Convenção da ONU dos direitos dos trabalhadores migrantes e seus familiares, de 1990. A mensagem já foi enviada pelo Executivo e aguarda a aprovação do Legislativo. Bruna Furlan comprometeu-se a resgatar o texto para que a ratificação seja concluída até o final do ano.
Jornalista responsável: Marcelo Rech
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