Especialistas defendem o fortalecimento do papel do Brasil nos BRICS

O Brasil assumirá, em janeiro de 2025, a presidência rotativa do bloco em meio às discussões sobre sua ampliação. Na CREDN, especialistas entendem que o país deve priorizar as questões econômicas e não o alinhamento ideológico.
10/12/2024 17h30

Mário Agra

Especialistas defendem o fortalecimento do papel do Brasil nos BRICS

Brasília – Na terça-feira, 10, a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) realizou audiência pública para discutir o desenvolvimento nacional à luz dos BRICS, bloco que o Brasil integra como um dos países fundadores. O evento foi realizado em atendimento aos requerimentos dos deputados General Pazuello (PL-RJ) e Celso Russomano (REPUBLICANOS-SP).

A próxima Cúpula dos BRICS deverá ser realizada no Rio de Janeiro, no próximo ano quando uma nova rodada de discussões acerca da sua ampliação, será retomada. No ano passado, o bloco consolidou a sua segunda expansão, com a adesão de Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. Convidada, a Argentina preferiu ficar de fora.

Neste ano, foram aceitos como países parceiros do BRICS, Turquia, Indonésia, Argélia, Belarus, Cuba, Bolívia, Malásia, Uzbequistão, Cazaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria e Uganda. A Venezuela foi vetada pelo Brasil, o que provocou tensões entre os dois países.

Ao defender que os BRICS permaneçam como um bloco econômico e não geopolítico, Pazuello afirmou que “o BRICS começa dessa forma e ainda precisa ficar dessa forma muito tempo para se consolidar. Se ele sai dessa forma para uma forma mais geopolítica, vai ser complicado", advertiu.

Ele também se disse preocupado com o uso do BRICS como uma plataforma coordenada por China, Rússia e Irã, contra o Ocidente, mais especificamente, os EUA.

O deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), um dos convidados a falar no evento, coincidiu com essa visão. Segundo ele, “por esse princípio de descentralização e respeito da soberania nacional de cada país, eu vejo como uma vantagem sobre as outras ordens que vieram antes. Na sua avaliação, “o Brasil precisa achar uma agenda, precisa achar uma pauta própria e defender as suas instituições os seus interesses", disse.

Assessoria de imprensa - CREDN