Especialistas defendem maior inserção do Brasil no comércio internacional
Participaram do encontro, o Embaixador Carlos Márcio Bicalho Cozendey, Subsecretário-Geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores; Alexandre Sampaio Lobo, Diretor do Departamento de Negociações Internacionais da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; e Carlos Eduardo Abijaodi, Diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Para Bruna Furlan (PSDB-SP), “a abertura do mercado externo e formal de parcerias internacionais é fundamental nesse momento em que o Brasil procura implementar reformas estruturais e superar a profunda crise econômica de sua história”. Segundo ela, “interessa-nos conhecer mais a fundo os esforços atuais do governo brasileiro para redinamizar o MERCOSUL e ampliar a gama de acordos de livre comércio com outros países e regiões, em especial a União Europeia e a Aliança do Pacífico
Já Pedro Vilela (PSDB-AL) entende que o MERCOSUL vem perdendo importância diante dos novos arranjos globais e precisa debater uma nova estratégia de reinserção no mercado global. Arthur Virgílio Bisneto (AM) afirmou que, somente em 2017, o Amazonas perdeu 25 mil empregos de um total de 110 mil vagas. “A Zona Franca de Manaus tem dificuldade em vender produtos no MERCOSUL. Por isso, é o momento de se buscar com afinco abrir novos mercados e fortalecer o futuro do país”, defendeu.
Acordos
O Subsecretário-Geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, Embaixador Carlos Márcio Bicalho Cozendey, explicou que acordos entre megablocos como as parcerias Transpacífico (destaque para Estados Unidos e Japão) e Transatlântica (destaque para Estados Unidos e União Europeia), apesar de ambiciosos, estão paralisados ou sendo revistos, representando oportunidades para que a União Europeia acelere outras negociações, incluindo o MERCOSUL.
“O Brasil tem 20% do comércio exterior com a União Europeia; quase 20% com a China; 15% com os Estados Unidos e o restante com outras partes do mundo”, revelou. Na sua avaliação, o momento é difícil para negociações globais, não é mais possível esperar.
Carlos Eduardo Abijaodi, diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), afirmou que a inserção comercial do país precisa ser ampliada e, neste sentido, o esforço da CNI é trabalhar para que esse cenário se consolide com maior inserção e competitividade com países que buscam novos mercados.
De acordo com Abijaodi, hoje os acordos comerciais discutem outros temas de suma importância para o empresário brasileiro como compras governamentais, admissão temporária, pequenas empresas, e regulamentação profissional, itens que contribuem para que a indústria brasileira se fortaleça nos mercados estrangeiros.
“A ampliação de parcerias internacionais se mostra fundamental. Tais acordos, se bem negociados e corretamente postos em prática, poderão contribuir, de forma decisiva, para a dinamização de nossa economia, propiciando um aumento da competitividade de nossa produção e atraindo um volume mais significativo de investimentos externos diretos”, defendeu Bruna Furlan.
Debate
O deputado Luíz Sérgio (PT-RJ) lamentou o momento internacional do Brasil e lembrou que nos últimos anos o país conseguiu, graças à sua diplomacia, eleger os diretores da Organização Mundial do Comercio (OMC) e da FAO, agência das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação.
Presidente da Comissão Mista do MERCOSUL, Celso Russomano (PRB-SP) manifestou preocupação com os rumos do bloco e reiterou que “quanto mais forte e sólido for o MERCOSUL, mais forte será o Brasil”. Já Nelson Pellegrino (PT-BA), reconheceu a importância dos acordos de comércio, mas cobrou equilíbrio e simetria e afirmou que “o Brasil é uma potência regional, mas não tem condições de disputar com os Estados Unidos”.
Jornalista responsável: Marcelo Rech
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