Empresas brasileiras podem ter atividades boicotadas nos Estados Unidos.

Durante sessão ordinária, os deputados membros da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional aprovaram nesta quarta-feira (22) o envio de carta ao Senado dos Estados Unidos manifestando preocupação com a aprovação, pela Câmara dos Deputados norte-americana, da chamada Rivera Amendment, ao mesmo tempo em que pede apoio para a não aprovação de medida semelhante no Senado norte-americano.
23/08/2012 11h15

No documento, parlamentares brasileiros destacaram que a aprovação da emenda pode trazer “incalculáveis prejuízos às empresas brasileiras, pois a restrição contida na referida emenda atingirá uma área comercial significativa, que são as compras e os contratos do Departamento de Defesa norte-americano, que tem entre seus fornecedores companhias do Brasil. Some-se a isso o fato de, se aprovada, essa restrição poder transformar-se em perigoso precedente para outros setores do Governo Federal e Estadual desse País”.

A presidenta da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, Perpétua Almeida (PCdoB/AC), sugeriu, ainda, a criação de uma Subcomissão da Câmara para averiguar e acompanhar de perto a votação da Emenda Rivera, que proíbe os governos locais americanos de assinarem contratos na área de Defesa dos Estados com empresas estrangeiras que tenham negócios em alguns países como Cuba, por exemplo. O documento já foi aprovado na Câmara Federal estadunidense e aguarda apreciação no Senado.

Deputados vão pedir auxílio do Ministério das Relações Exteriores para detalhar e aprofundar melhor as discussões. Para Perpétua Almeida, a preocupação maior é com as atividades de empresas brasileiras como a Embraer e a Odebrecht, que atualmente possuem vínculo com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos e que são fonte de renda e emprego para os dois países.

Alguns membros da CREDN, como o deputado Alfredo Sirkis (PV/RJ), frisaram a importância de um esclarecimento sobre a questão. A dúvida do parlamentar é se a sanção refere-se a empresas estrangeiras que possuam contratos com o setor de Defesa dos Estados Unidos concomitantemente com nações inimigas, ou se os produtos comercializados não poderão ser os mesmos para os dois países. “Caso a medida tenha como foco minar que empresas estrangeiras atuem livremente entre Estados Unidos e países considerados inimigos, a medida seria inaceitável”, salientou o parlamentar.