Edmundo González e María Corina reafirmam denúncias de fraudes nas eleições venezuelanas
Brasília – A líder da oposição na Venezuela, a ex-deputada María Corina Machado, fez um apelo para que a Embaixadora do Brasil em Caracas, Glivânia Maria de Oliveira, faça uma visita aos seis refugiados venezuelanos que se encontram na sede da Embaixada da Argentina, desde março. Há mais de 10 dias, eles estão sem água, luz, alimentos e medicamentos.
María Corina, junto com, Edmundo González, ex-candidato presidencial, e Eugenio Martínez González, participaram de audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), em atendimento aos requerimentos de Lucas Redecker (PSDB-RS) e Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP). No evento, os dois reafirmaram as denúncias de fraudes nas eleições de 28 de julho.
Segundo María Corina, “o mundo inteiro conhece a verdade. A posse de Maduro em 10 de janeiro consumará o golpe de Estado. Mais do que nunca precisamos do Brasil. O regime está dividido e confrontado. É tempo e avançar para uma transição pacífica”, disse. “O Brasil precisa reconhecer Edmundo González como presidente legítimo da Venezuela”, pediu.
Edmundo González, que teria sido o eleito de fato e que se encontra exilado em Madri, explicou que o regime de Maduro continua trabalhando para pôr fim à democracia de forma definitiva. Uma lei aprovada pelo regime prevê penas de 25 a 30 anos para quem publicar críticas ao governo nas redes sociais e inabilitação política por 60 anos.
“A Venezuela enfrenta uma crise política com fundadas alegações de fraude nas eleições presidenciais de 2024, na qual Nicolás Maduro foi declarado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), mas as atas eleitorais não foram divulgadas”, observou Luiz Philippe.
De acordo com o deputado, “a posição do Brasil é vergonhosa. Nos apequenamos diante deste desafio institucional. É esperado do Brasil uma postura à altura do seu tamanho e da sua importância geopolítica”, explicou. Na avaliação do parlamentar, o regime se encontra fragilizado, “mas é no seu momento mais fraco que ele exerce a sua opressão mais forte”, afirmou.
Lucas Redecker lembrou que, “mesmo antes das eleições, o Maduro já avisava que se não fosse eleito, haveria um banho de sangue na Venezuela. Além disso, venezuelanos no exterior foram impedidos de votar”, sublinhou. Na semana passada, o deputado recebeu Gustavo Silva, observador eleitoral, com parte das atas originais que comprovam a eleição do candidato da oposição.
“Agora, essa lei que restringe ainda mais as liberdades dos venezuelanos de se manifestarem, sob pena de prisão e tortura. Está muito claro que o regime perdeu. Nós esperamos que o Brasil não envie nenhum representante para legitimar a posse fake do Maduro em janeiro”, destacou.
Assessoria de imprensa - CREDN