Economia e migrações: diálogo entre deputados brasileiros e europeus
O encontro ocorrido em 4/11, contou com a presença dos representantes da UE: Paulo Rangel (Portugal), presidente da delegação, Pablo Zalba Bidegain (Espanha), relator permanente do Acordo da Associação UE-Mercosul, António Marinho e Pinto (Portugal) , Carlos Zorrinho (Portugal), Ashley Fox (Reino Unido) e Inês Zuber (Portugal).
Jô Moraes falou sobre a crise dos refugiados e dos movimentos migratórios para a Europa e destacou a nova Lei de Imigração que está sendo preparada no Brasil. Por sua vez, Eduardo Barbosa explicou que o Brasil passa por um delicado momento político e questionou como o Tratado do Pacífico poderá afetar o Brasil.
O líder do grupo, Paulo Rangel, disse que pela primeira vez existe no Parlamento Europeu "uma delegação para tratar especificamente com o Brasil", destacando a importância desta iniciativa, uma vez que nem todos os assuntos podem ser discutidos no âmbito do Mercosul. O presidente da delegação afirmou ainda que o Tratado do Pacífico não é preocupante, porém o acordo com o Mercosul, sim, uma vez que se encontra paralisado. "Corre-se o risco de se ter o Atlântico Norte muito ativo no seu comércio e, o Atlântico Sul, vazio", comentou.
Já Carlos Zorrinho enfatizou, acerca das migrações, que na Europa "há europeus de primeira e de segunda!". O parlamentar destacou que "na Europa há liberdade de circulação de mercadorias, de capitais, de empresas, mas de pessoas, não. Para as pessoas não há liberdade de circulação!". Afirmando que a cultura de um país, de um bloco, é avaliada nos momentos de adversidade e de dificuldade, e o que se passa hoje na Europa é por vezes vergonhoso, o deputado mencionou que o que ocorre em alguns países do bloco "é que voltaram a construir muros contra as pessoas que vêm de lugares para onde a Europa enviou armas, criou conflitos, promoveu guerras e ajudou a destruir governos!", enfatizou.
Ainda na fala sobre os movimentos migratórios, Zorrinho traçou um paralelo entre a situação de Portugal e de outros países, membros da União Europeia, que são tratados como imigrantes dentro de outros Estados do bloco. "Pertenço a um país que teve mais da metade de sua população no mundo. Um país que construiu a sua história, a sua identidade pluricontinental através da imigração. Desde o extremo Oriente ao Brasil, passando por África, Oceania. É um país que tem de ter uma idiossincrasia própria em relação aos estrangeiros que o procuram", afirmou. "Devemos tratá-los com a mesma dignidade com que queremos que os portugueses sejam tratados no mundo!", concluiu.
Por fim, a deputada Inês Zuber lembrou que a União Europeia aposta nas vigilâncias das fronteiras em vez de focar no acolhimento dos imigrantes e falou sobre o mito dos números da imigração: "os imigrantes não chegam a ser 1% da população europeia", destacou, pontuando ainda que a ONU deveria ter um papel mais ativo na mediação desta crise.
Cláudia Guerreiro
Assessora de comunicação da CREDN
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