Diretor-geral da OMC inaugura sistema de videoconferência da CREDN e afirma que globalização não é causa do desemprego
De acordo com Azevêdo, o desemprego é estrutural e pode ser sentido com mais força na indústria. Ele afirmou que 69% dos empregos atuais do setor industrial brasileiro tendem a desaparecer com o avanço tecnológico e que os países precisam se preparar para essa realidade.
Sobre os movimentos protecionistas de vários países, entre eles o Reino Unido e os Estados Unidos, o diretor-geral da OMC explicou que "se nós caminharmos por aí, vamos ter um problema seríssimo porque não só haverá um agravamento da desaceleração da economia mundial, mas haverá, sobretudo uma não resposta ao problema real.”
Ele acredita que uma solução passa por educação, qualificação da força de trabalho e um melhor preparo dos estudantes para o emprego do século 21. “Uma porcentagem enorme de alunos que estão entrando na escola primária hoje vão terminar trabalhando em empregos que sequerexistem hoje”, explicou.
Roberto Azevêdo conversou com os deputados da comissão direto de Genebra, na Suíça, por um sistema de videoconferência inaugurado pela Comissão de Relações Exteriores com essa audiência. O brasileiro foi recentemente eleito para um segundo mandato à frente da OMC, cargo que exerce desde 2013.
Além do problema do movimento "anti-comércio", Azevêdo afirmou que o mundo ainda vive um lento crescimento econômico como consequência da crise de 2008. Segundo ele, em 2016, o comércio mundial cresceu apenas 1,3%. Para 2017, o crescimento também deve ficar abaixo de 3% pelo sexto ano consecutivo; algo, segundo o diretor-geral da OMC, inédito nos últimos 70 anos.
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