Diretor-geral da OMC inaugura sistema de videoconferência da CREDN e afirma que globalização não é causa do desemprego

Brasília – O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo, inaugurou o sistema de videoconferência da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara (CREDN), nesta quarta-feira, dia 28, e afirmou que é um erro culpar a globalização do comércio pela perda de empregos. O evento foi conduzido pela presidente do Colegiado, Bruna Furlan (PSDB-SP) e o vice-presidente Nelson Pellegrino (PT-BA).
29/06/2017 16h55

Lúcio Bernardo

Diretor-geral da OMC inaugura sistema de videoconferência da CREDN e afirma que globalização não é causa do desemprego

De acordo com Azevêdo, o desemprego é estrutural e pode ser sentido com mais força na indústria. Ele afirmou que 69% dos empregos atuais do setor industrial brasileiro tendem a desaparecer com o avanço tecnológico e que os países precisam se preparar para essa realidade. 

Sobre os movimentos protecionistas de vários países, entre eles o Reino Unido e os Estados Unidos, o diretor-geral da OMC explicou que "se nós caminharmos por aí, vamos ter um problema seríssimo porque não só haverá um agravamento da desaceleração da economia mundial, mas haverá, sobretudo uma não resposta ao problema real.” 

Ele acredita que uma solução passa por educação, qualificação da força de trabalho e um melhor preparo dos estudantes para o emprego do século 21. “Uma porcentagem enorme de alunos que estão entrando na escola primária hoje vão terminar trabalhando em empregos que sequerexistem hoje”, explicou.

Roberto Azevêdo conversou com os deputados da comissão direto de Genebra, na Suíça, por um sistema de videoconferência inaugurado pela Comissão de Relações Exteriores com essa audiência. O brasileiro foi recentemente eleito para um segundo mandato à frente da OMC, cargo que exerce desde 2013. 

Além do problema do movimento "anti-comércio", Azevêdo afirmou que o mundo ainda vive um lento crescimento econômico como consequência da crise de 2008. Segundo ele, em 2016, o comércio mundial cresceu apenas 1,3%. Para 2017, o crescimento também deve ficar abaixo de 3% pelo sexto ano consecutivo; algo, segundo o diretor-geral da OMC, inédito nos últimos 70 anos.

 

 

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