Deputada venezuelana diz na CREDN que papel do Brasil na crise é triste

Brasília – A deputada venezuelana Maria Corina Machado, destituída do mandato por decisão do presidente da Assembleia Nacional, afirmou em reunião na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), da Câmara dos Deputados, que o papel do Brasil na crise em seu país é triste. Ela se disse especialmente surpreendida pela decisão do embaixador do Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA), de impedir que ela falasse no mecanismo.
02/04/2014 20h00

Foto: Marcelo Rech

Deputada venezuelana diz na CREDN que papel do Brasil na crise é triste

Eduardo Barbosa acompanha a deputada Maria Corina Machado no Plenário da Câmara dos Deputados

"O mais duro de tudo foi o que fez o embaixador do Brasil. Foi o mais doído", revelou. Como ela não pôde falar como parlamentar da Venezuela, discursou no tempo cedido pelo representante do Panamá na OEA. Por conta disso, teve o mandato cassado. O diplomata Breno Dias da Costa atua como Representante Interino do Brasil na organização.

Durante reunião na CREDN, Maria Corina Machado explicou que a Venezuela com uma inflação oficial de 54%, vive um clima de total insegurança e domínio dos poderes públicos por agentes civis e militares cubanos. Ela afirmou que cerca de duas dezenas de generais cubanos atuam em toda a estrutura do Estado, incluindo as Forças Armadas. Ressaltou ainda que o narcotráfico está presente dentro e fora do governo.

Ela foi convidada a participar de audiência pública a ser realizada pela Comissão para discutir as relações do Brasil com a Venezuela, em especial, a crise política interna e aceitou. No entanto, pediu à CREDN para dar conhecimento do convite à embaixada brasileira em Caracas. Segundo ela, o risco de ser presa pelas forças governamentais é permanente.

Maria Corina Machado também enfatizou que a UNASUL não é a instância apropriada para tratar do assunto. "E não é confiável também, pois nunca foi neutra neste assunto. O que posso garantir é que não haverá desmobilização popular contra o regime", explicou.

Eduardo Barbosa informou que a CREDN se posicionará formalmente após a realização da audiência pública em que também serão ouvidos representantes do governo venezuelano. "Com um cenário mais claro, poderemos deliberar acerca de uma moção em relação a esta crise que preocupa toda a região", afirmou.

 

 

 

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