Debatedores destacam os benefícios da abertura econômica brasileira
Brasília – Especialistas na área econômica destacaram nesta segunda-feira, 22, os benefícios da abertura econômica brasileira diante de um cenário que apresenta tendência de maior protecionismo. Eles participaram do 5º Painel do Ciclo de Debates "O Brasil e a Ordem Internacional: Estender Pontes ou Erguer Barreiras?, promovido pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, do Senado.
Marcílio Marques Moreira, ex-embaixador do Brasil nos Estados Unidos e ex-ministro da Economia, Fazenda e Planejamento; Carlos Pio, Secretário de Planejamento Estratégico da Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, e Samuel de Abreu Pessôa, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV), discorreram sobre o tema. A presidente da CREDN, deputada Bruna Furlan (PSDB-SP), também participou do evento ao lado do senador Fernando Collor, presidente da CRE.
Em termos gerais, os três conferencistas concordaram sobre a necessidade de se sustentar a economia global aberta, reduzindo-se ao máximo as barreiras. Para o economista da FGV, Samuel Pessôa, uma maior abertura permitirá diminuir drasticamente as desigualdades e gerar riqueza. Por outro lado, reconheceu que o influxo de trabalhadores asiáticos no mercado global transferiu para eles os empregos de menor qualificação, afetando as populações mais vulneráveis dos centros desenvolvidos.
Para o ex-ministro Marcílio Marques Moreira, o século 20 viu a construção muito acelerada de uma nova hierarquia de valores entre os povos, o que potencializou o crescimento de incertezas em todos os campos – inclusive políticos e econômicos. Na sua avaliação, ainda não houve tempo para que a comunidade global pudesse “normalizar” esse sentimento coletivo de “perda de rumo”.
Carlos Pio também exaltou a globalização como caminho histórico de enriquecimento humano, e criticou a economia brasileira, que considera uma das mais fechadas e protecionistas do planeta. Ele entende que há um relativo consenso no Brasil de que proteger a economia é dever do Estado, contrária à lógica que promove crescimento sustentável em níveis mais elevados.
Na opinião do professor, isso é uma característica compartilhada pelos países do MERCOSUL, que, por isso, têm ficado para trás em relação aos seus vizinhos que firmaram acordos de livre comércio no âmbito da Aliança do Pacífico.
Bruna Furlan reiterou a importância dessa discussão e assinalou “que o Brasil não pode ficar para trás no comércio exterior e precisa estar atento às tendências”. Segundo ela, “esses debates nos permitem conhecer diferentes pontos de vista e formar opinião a partir de apresentações altamente qualificadas”, concluiu.
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