CREDN quer o Brasil na liderança mundial no combate à pandemia

Os membros da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, querem que o Brasil assuma o papel de líder mundial no combate à pandemia
25/03/2021 13h32

Pablo Valadares CD

CREDN quer o Brasil na liderança mundial no combate à pandemia

Brasília – Os membros da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, querem que o Brasil assuma o papel de líder mundial no combate à pandemia. O desejo foi expressado pelo deputado Aécio Neves (PSDB-MG), presidente do Colegiado, nesta quarta-feira, 24, durante audiência pública que ouviu o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre a atuação do Itamaraty neste tema.

De acordo com o deputado, “o Brasil pode assumir a liderança, com o peso que tem, para seja encontrada uma alternativa, ainda que temporária, para permitir que o país, mas especialmente as nações mais pobres, tenham acesso à vacinação”, explicou.

Na avaliação de Aécio Neves, “de nada adianta termos as nações mais ricas imunizadas e as mais pobres sendo o epicentro da pandemia. O Brasil, pela posição de relevo que tem no mundo e em solidariedade aos mais pobres, precisa atuar junto ao G20, BRICS, OMC e outros organismos, para minorar o drama no resto do mundo”, defendeu.

Uma das principais preocupações dos integrantes da CREDN diz respeito à quantidade de vacinas contratadas pelos grandes países, muito superior ao número de seus habitantes. Os deputados solicitaram ao ministro, a efetiva mobilização da rede diplomática do Brasil no mundo, para que parte dos futuros excedentes de vacinas possam ser adquiridos pelo país. Entre embaixadas e consulados, o Brasil mantém 215 postos no exterior.

“O Canadá tem, contratadas, 6 vezes o número de sua população, em vacinas e insumos. Os EUA e o Reino Unido, 4 vezes e a União Europeia, 3 vezes o conjunto de seus habitantes. O Banco Mundial reconhece que há uma enorme concentração do mercado exportados de produtos e insumos médicos, na EU, Singapura, China, Reino Unido, Japão, Coreia do Sul e Índia”, explicou Aécio Neves.

“O Brasil também integra o BRICS, cujos países membros são responsáveis pela produção de metade das vacinas aprovadas em larga escala no mundo. No final do ano passado, na Cúpula de Moscou, esses países, incluindo o Brasil, reconheceram a imunização extensiva como bem público global, portanto, é fundamental que a diplomacia brasileira priorize esses elementos e decisões com o objetivo de conter o avanço da pandemia”, defendeu.

Enquanto deputados governistas defenderam a atuação do Itamaraty, parlamentares de oposição reclamaram da lentidão nas negociações internacionais. “Ou nós enfrentamos, de forma adequada, unindo todos os esforços possíveis, na busca da ampliação e universalização da vacinação, acelerando esse processo, que para mim ainda parece lento no Brasil, ou além das dramáticas mortes que diariamente nos sensibilizam a todos, nós teremos ainda maiores dificuldades de superar, do ponto de vista econômico, os danos que essa pandemia também nos traz”, advertiu o deputado.

 

Política Externa

Durante o encontro, também foram discutidas questões relacionadas com os 30 anos do MERCOSUL, a ratificação do Acordo de Associação Comercial com a União Europeia com a adoção de um compromisso ambiental anexo, por parte dos países signatários, o combate à criminalidade organizada na região, as negociações comerciais com os EUA e outros parceiros tradicionais do Brasil, como o Japão.

  

Assessoria de Comunicação e Imprensa/CREDN