CREDN discutirá a presença de organizações criminosas transnacionais que ameaçam transformar o Brasil num Narcoestado

PCC e Comando Vermelho aniquilaram as demais organizações e dividem um mercado altamente lucrativo e diversificado, que envolve, ainda, armas de guerra fabricadas em outros países.
26/11/2025 13h55

Alan Santos

CREDN discutirá a presença de organizações criminosas transnacionais que ameaçam transformar o Brasil num Narcoestado

Narcoestado

Brasília – A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) aprovou nesta quarta, 26, requerimento do deputado Filipe Barros (PL/PR) para a realização de audiência pública para discutir a presença de organizações criminosas transnacionais que ameaçam transformar o Brasil num Narcoestado.

Barros lembrou que, de acordo com pesquisas, uma população entre 50 milhões a 61 milhões de pessoas no Brasil, algo entre 25% e 30% da população nacional, reside em áreas controladas pelo crime organizado, onde imperam o Estado paralelo com seus sistemas político, econômico e jurídico.

“No entanto, para o presidente Lula, “os traficantes são vítimas dos usuários”. Ao que parece, apenas os EUA se mostram dispostos a pôr um fim nessas organizações, impedindo que barcos carregados de drogas ingressem em seu território. Na contramão, o Brasil, que foi chamado a classificar o Comando Vermelho e o PCC como organizações terroristas, negou-se a fazê-lo de forma contundente”, explicou.

O Brasil divide quase 17 mil quilômetros de fronteiras com dez países, entre eles, Bolívia, Colômbia, Paraguai e Peru, produtores de cocaína e maconha, drogas ilícitas que cruzam o território nacional com destino aos mercados consumidores dos EUA e Europa, inclusive por rotas que incluem o Atlântico Sul e a África Ocidental.

De acordo com o deputado, “há vários anos, deixamos de ser apenas um país de trânsito, o que, de alguma forma, servia de desculpa por parte das autoridades diante do combate ineficiente ao crime organizado”, destacou. O evento ainda não tem data marcada.

Moções

Filipe Barros teve, também, aprovada Moção de Repúdio às declarações do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, por afirmação feita no exterior em defesa dos narcotraficantes. Em 24 de outubro, em Jacarta, na Indonésia, Lula afirmou que traficantes “são vítimas dos usuários de drogas” e que seria “mais fácil” combater viciados.

Já o deputado Zucco (PL/RS), teve aprovada Moção de Louvor ao Governo da Argentina por reconhecer o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) como organizações narcoterroristas, após a megaoperação realizada na cidade do Rio de Janeiro e por mobilizar tropas para as fronteiras com o Brasil, no intuito de combater o narcotráfico.

A CREDN também aprovou Requerimento de Informação, do deputado Girão (PL/RN) ao ministro da Defesa para que preste esclarecimentos sobre os cortes no orçamento da Defesa e sobre os impactos da relação bilateral entre Brasil e EUA nos Programas Estratégicos das Forças Armadas.

Audiência

A CREDN aprovou, ainda, requerimento do deputado Filipe Barros (PL/PR), presidente do Colegiado, para realizar reunião de audiência pública com Maria Corina. Engenheira e professora, Maria Corina foi alijada do processo político venezuelano por uma ditadura apoiada e sustentada pelo Foro de São Paulo”, afirmou o deputado.

Barros lembrou que, “desde 2014, sem poder sair do país, pois teve o passaporte cassado após cumprir agenda na CREDN no mês de abril daquele ano, ela desafia um regime que persegue, prende, tortura e assassina, desde 1999”, assinalou.

Assessoria de Imprensa – CREDN