CREDN debate os dez anos da presença brasileira no Haiti

Brasília – Por requerimento do deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) realizou nesta quarta-feira, 4, audiência pública que debateu os diversos aspectos dos dez anos da presença militar brasileira na Missão da ONU de Estabilização do Haiti (MINUSTAH).
04/06/2014 19h40

Foto: Marcelo Rech

CREDN debate os dez anos da presença brasileira no Haiti

O Brasil comanda as tropas da ONU desde 2004 e mantém o maior efetivos de tropas no país caribenho

"Passados dez anos, é dever do Brasil refletir acerca da sua participação na MINUSTAH, principalmente quando o êxodo de haitianos que cruzam as nossas fronteiras não para de aumentar. Está claro que a Missão da ONU não logrou transformar o Haiti. As pessoas buscam a qualquer preço deixar o país em busca de empregos e segurança, principalmente", afirmou Barbosa.

Participaram dos debates o Conselheiro Fernando de Oliveira Sena, chefe da Divisão de Paz e Segurança Internacional do ministério das Relações Exteriores, Luiz Alberto Matos, auditor fiscal do Trabalho, coordenador-geral de Imigração do ministério do Trabalho e Emprego; e Lúcia Cassab Nader, diretora-executiva da Conectas Direitos Humanos. O delegado da Polícia Federal, Alexandre Alves Galrão, que representaria do ministério da Justiça não compareceu nem justificou sua ausência.

Lúcia Cassab Nader lembrou que a MINUSTAH já é a 7ª missão das Nações Unidas no Haiti em 21 anos e que apesar dos esforços, o país continua sendo o mais pobre das Américas. Na sua avaliação, é preciso criar as condições para que os haitianos retomem o controle do país e decidam o próprio futuro.

Ela lembrou ainda que apesar da realização de duas eleições presidenciais, as eleições legislativas estão atrasadas há três anos e isso compromete o fortalecimento da democracia interna.

Já o representante do Itamaraty, destacou o papel do Brasil na cena internacional conquistado graças ao trabalho realizado no Haiti. Segundo ele, o Brasil mantém atualmente 1.433 militares e 18 policiais na missão que conta com um total de 5.219 militares e 2.419 policiais de 54 países. Sena informou que o orçamento da MINUSTAH é de US$ 576 milhões.

De acordo com Luiz Alberto Matos do ministério do Trabalho, com o terremoto de 2010, houve um êxodo de haitianos para o Brasil o que levou o Conselho Nacional de Imigração a expedir em caráter de urgência, vistos humanitários.

Na sua opinião, o crescimento do país atraiu a imigração haitiana. Mais de 12 mil vistos foram concedidos pelo Brasil desde o início do fluxo migratório em 2012.

 

 

 

Assessoria de Comunicação

Jornalista Responsável: Marcelo Rech

Telefones: 55 61 3216 6737 e 55 61 8153 2514

E-mail: marcelo.rech@camara.leg.br