CREDN amplia discussão sobre a Política Nacional de Defesa
Brasília – Nesta quarta-feira, 16, a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, realizou o segundo debate sobre a Política Nacional de Defesa, a Estratégia Nacional de Defesa e o Livro Branco da Defesa Nacional. O evento foi proposto pelos deputados Cláudio Cajado (DEM-BA) e Arlindo Chinglia (PT-SP).
O ex-ministro da Defesa, Nelson Jobim, cobrou uma maior participação da sociedade civil não apenas nas discussões sobre a Defesa Nacional, mas também na implementação das políticas. Segundo ele, “numa estratégia de defesa, o objetivo político tem que ser fixado pelo poder civil, e o segundo nível da estratégia de defesa é exatamente o nível em que estão os comandantes militares, junto com o próprio Ministro da Defesa, para verificar se os objetivos pretendidos pelo poder político são factíveis ou não”, explicou.
Para o Embaixador Rubens Barbosa, presidente do Centro de Defesa e Segurança Nacional (CEDESEN), os documentos da Defesa não devem primar apenas pelos aspectos militares, mas geopolíticos também, como as mudanças no cenário internacional, a perda de espaço dos EUA e a emergência da China. No início do mês, o CEDESEN promoveu debate sobre os documentos da Defesa com a participação do presidente da CREDN, deputado Aécio Neves (PSDB-MG).
Já o deputado Cláudio Cajado manifestou preocupação com a execução orçamentária da Defesa e os cortes sofridos por vários projetos militares. Recentemente, o governo contingenciou os recursos para o programa KC-390. “Penso eu que um dos fatores importantes seria a questão orçamentária e financeira, ter um fluxo assegurado. Eu penso que seria talvez importante nós não contingenciarmos projetos importantes como, por exemplo, o KC-390, onde o recurso foi zerado”, disse.
O assunto também foi abordado pelo general Luiz Rocha Paiva, do Instituto Sagres, que citou como problema estratégico o processo de demarcação de terras indígenas em áreas de fronteira. Além da Amazônia, o debate também foi marcado pelos interesses estratégicos do Brasil na região do Atlântico Sul.
Assessoria de Imprensa - CREDN