Convênio com países da fronteira evitou consumo de 2.500 toneladas de maconha

14/07/2010 15h55

O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, explicou em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional que acordo de cooperação com o Paraguai permitiu que em 2009 fossem erradicados 1 mil hectares de maconha plantados naquele país, o que significaria um consumo de 2.500 toneladas no Brasil.

Na audiência pública que discute políticas de combate às drogas, o diretor da Polícia Federal disse que a ação da Polícia Federal no combate às drogas é baseada no critério presença física, cooperação com os países vizinhos e investimento em tecnologia.

Na cooperação com países da fronteira, o diretor explicou que para cada país há um acordo específico. “Um dos primeiros acordos foi com o Paraguai porque 80% da maconha produzida naquele país é dirigida ao Brasil. Por isso o problema diz respeito também ao Brasil.”

Luiz Fernando acrescentou que o Brasil está subsidiando custos de combustível, por exemplo, para erradicar a maconha no território paraguaio, o que afeta a produção.

Captura de traficantes
Além da erradicação, o diretor destacou que a Polícia Federal está capacitando a polícia dos países vizinhos. Os acordos preveem o estabelecimento de algumas ações ofensivas e também capturas de criminosos. Dos cinco traficantes mais procurados no Paraguai, três já estão presos. Luiz Fernando acrescentou que esse mesmo modelo está sendo implantado com Peru, Bolívia e Colômbia. “As drogas no Brasil têm matéria-prima produzida fora, mas o preparo e o consumo são feitos aqui.” Na opinião de Luiz Fernando, é errado considerar o Brasil como uma rota constante do tráfico internacional. “Sabemos que o corredor está um pouco acima do território brasileiro, na América do Norte e na Europa.”

O diretor da PF ainda ressaltou os problemas culturais na América do Sul, a exemplo da Bolívia, onde a folha de coca é sagrada. “Eles têm política própria de erradicação, que é observada pela comunidade internacional.”

Reportagem - Idhelene Macedo/ Rádio Câmara
Edição - Regina Céli Assumpção
Agência Câmara