Congresso e Abin devem se reaproximar, diz presidente da CREDN em audiência pública com o diretor Alexandre Ramagem
Brasília – O Diretor-Geral da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), Alexandre Ramagem, participou de audiência pública na CREDN em atendimento a requerimento do seu presidente, Aécio Neves (PSDB-MG). De acordo com o deputado, Ramagem deverá comparecer também à Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI), em data a ser definida, para tratar de forma mais aprofundada de diversos temas relacionados com a atividade.
Para o presidente da CREDN, a audiência pública foi um primeiro passo para a reaproximação entre a ABIN e o Congresso, que exerce a função de órgão de controle externo da atividade. “O Brasil precisa contar com uma inteligência de Estado que possa cumprir o seu papel Constitucional, em defesa dos interesses nacionais e dentro dos limites impostos pelo Estado Democrático de Direito. E vamos dar prosseguimento a esse debate, agora por meio da CCAI”, explicou Aécio Neves.
Em sua exposição, Ramagem colocou-se à disposição tanto da CREDN como da CCAI, para tratar das pautas prioritárias que passam pela constitucionalização da atividade de inteligência, orçamento e as ameaças ao Brasil e aos seus interesses. Ele reconheceu ter recebido uma ABIN totalmente analógica e com déficit de qualidade dos seus produtos.
“Não se consegue fazer uma inteligência com risco zero, mas agora tudo é digitalizado e auditável”. Sobre o orçamento, destacou que os recursos são pouco e têm diminuído por conta das prioridades do país no combate ao Covid 19. Em 2020, o orçamento da ABIN foi um pouco superior aos R$ 100 milhões, ao passo que para este ano ficou bem abaixo desse valor. Em média, os países desenvolvidos destinam US$ 5 bilhões anuais para as suas agências.
Alexandre Ramagem detalhou, ainda, a participação da instituição em temas como a implantação da tecnologia 5G, classificada por ele como essencial para que o país atraia mais investimentos, e as preocupações com os ilícitos e a migração nas regiões de fronteira.
Em relação ao terrorismo, reconheceu que o Brasil não é uma prioridade para as organizações terroristas, “mas pode ser cenário para atentados por diferentes motivações”. Neste sentido, reconheceu que a agência faz o acompanhamento de todas as manifestações realizadas no país, “mas não fazemos monitoramento de pessoas”, garantiu.
Assessoria de Comunicação e Imprensa – CREDN