Chanceler reconhece estranheza e desconforto com a Venezuela

Brasília – O ministro das Relações Exteriores, embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, reconheceu nesta quarta-feira, 19, em audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), da Câmara dos Deputados, a estranheza e o desconforto do Brasil com a decisão do governo venezuelano de firmar convênios de cooperação com entidades em território nacional, sem o conhecimento do Itamaraty.
19/11/2014 17h21

Foto: Luis Macedo (CD)

Chanceler reconhece estranheza e desconforto com a Venezuela

O chanceler brasileiro debateu com os integrantes da CREDN sobre os principais temas da agenda de Política Externa do Brasil

O chanceler compareceu à CREDN em atendimento aos requerimentos dos deputados Alexandre Leite (DEM-SP), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Eduardo Barbosa (PSDB-MG).

De acordo com Figueiredo, o documento firmado entre o MST e o governo da Venezuela não constitui acordo internacional. O ministro revelou ainda que o governo brasileiro só teve conhecimento dos fatos após a realização dos eventos. Na oportunidade, o ministério das Relações Exteriores manifestou à embaixada venezuelana em Brasília a sua inconformidade com o ocorrido.

"Não nos omitimos, não achamos normal. Indiquei que o ocorrido podia ser interpretado como uma ingerência em assuntos internos nossos e solicitei ao agente diplomático as explicações necessárias do caso", destacou ao deixar claro que a mensagem transmitida à diplomacia venezuelana foi forte. No entanto, não fez qualquer referência às respostas da Venezuela.

Luiz Alberto Figueiredo Machado também rebateu as críticas da oposição de que a Política Externa Brasileira seja ideológica. Segundo ele, a orientação da presidente Dilma Rousseff é para que se "imprima sentido estratégico" às Relações Internacionais do Brasil.

"Nossa vocação é clara: ter boas relações com os vizinhos próximos e compromisso com a consolidação de um continente Sul-Americano próspero", afirmou.

 

BRICS

O ministro explicou ainda que a criação do banco do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), visa atender a demanda de investimentos destes países nos próximos anos. De acordo com o deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), "embora seja consensual a necessidade de uma reforma dos mecanismos do sistema financeiro internacional, é fundamental conhecermos como membros com economias e sistemas políticos tão diversos alinharão interesses no âmbito deste banco".

 

Estado Islâmico

Ao tratar do tema a pedido do deputado Alexandre Leite (DEM-SP), o embaixador afirmou que a presidente jamais disse que queria negociar com terroristas. Ela teria afirmado que o uso da força contra países árabes não estaria resolvendo o problema dos conflitos na região, casos de Israel e Palestina e o Iraque.

Para o deputado, as notícias dão conta que a presidente teria defendido um diálogo com o grupo terrorista na ONU em setembro. "Pregar, ao nosso ver, a relação de diálogo com o terrorismo ou com terroristas não é o melhor caminho, o melhor passo a ser dado pelo Brasil", advertiu.

O deputado Mendes Thame (PSDB-SP) cobrou providências em relação ao sequestro do brasileiro Arlan Fick pelo Exército do Povo Paraguaio (EPP), desde abril. Segundo o deputado, a família pagou o resgate de US$ 540 mil, mas o jovem continua nas mãos do grupo.

Na avaliação do parlamentar, o Brasil também erra ao permitir que três membros do EPP vivam no país como refugiados.

 

 

 

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