Chanceler falará à CREDN sobre Política Externa, BRICS e Estado Islâmico

Brasília – A Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, 29, requerimentos dos deputados Eduardo Barbosa (PSDB-MG) e Alexandre Leite (DEM-SP), que convidam o ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo Machado, para fazer uma avaliação sobre os rumos da Política Externa Brasileira, a criação do Banco dos BRICS e a suposta sugestão da presidente Dilma Rousseff de dialogar com o Estado Islâmico.
29/10/2014 18h35

Foto: Antonio Augusto (CD)

Chanceler falará à CREDN sobre Política Externa, BRICS e Estado Islâmico

Ministro das Relações Exteriores virá à CREDN em dezembro para fazer um balanço da política externa brasileira

Além do balanço acerca da política exterior do país, Barbosa quer ouvir, além do chanceler brasileiro, o atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, a respeito do acordo sobre um novo banco de desenvolvimento no âmbito dos BRICS que deve contar com um aporte de US$ 50 bilhões e um fundo de reservas de cerca de US$ 100 bilhões.

"Nas declarações oficiais, os líderes dos países dos BRICS se dizem desapontados e seriamente preocupados com o atraso nas reformas do FMI e decidiram mandar um sinal que o bloco buscará a construção de um sistema internacional baseado em regras mais apropriadas a países emergentes. Nos interessa conhecer quais são esses novos parâmetros e de que modo oferecem um caminho mais eficaz, eficiente e consentâneo com o interesse nacional", explicou o presidente da CREDN.

Estado Islâmico

O deputado Alexandre Leite se disse preocupado com as declarações da presidente da República que defendeu, nas Nações Unidas, o diálogo como mecanismo de solução de controvérsias com organizações terroristas tais como o Estado Islâmico.

"É extremamente preocupante a intenção demonstrada pelo atual governo ao declarar o desejo de abertura de negociações com uma organização sabidamente terrorista", afirmou. Na sua avaliação, "o governo criou há meses atrás um conflito desnecessário com Israel ao condenar os ataques contra o gripo Hamas na Faixa de Gaza".

Para Carlos Zarattini (PT-SP), a presidente não defendeu negociações com o Estado Islâmico, mas criticou a postura norte-americana para o Oriente Médio e lembrou que os bombardeios desde a guerra do Iraque não produziram nenhum efeito positivo na região.

Na opinião de Alfredo Sirkis (PSB-RJ), "o Brasil poderia jogar um papel mais importante no Oriente Médio e não seria dialogando com o Estado Islâmico". Ele também acredita que a presidente não propôs nenhuma negociação com a organização.

Já Emanuel Fernandes (PSDB-SP) criticou a condução da política externa brasileira e defendeu que o país abandone o clube dos ressentidos do mundo o que o tem aproximado de regimes pouco ou nada democráticos.

A CREDN decidiu ainda transformar em convite o requerimento do deputado Alexandre Leite com o compromisso do ministro Figueiredo de comparecer o quanto antes à Comissão para discorrer sobre esses temas.

 

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