Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Carlos França, falou à Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) por mais de 4h e, além de destacar os avanços conquistados neste período à frente do Itamaraty, ele também assegurou aos deputados que o MERCOSUL segue sendo prioridade, assim como a ratificação dos acordos comerciais com a UE e a EFTA. França defendeu, ainda, o que chamou de “diplomacia dos fertilizantes”, em que o Brasil discute com diferentes países, a importação do insumo.

“Desde o primeiro momento, o ministro colocou-se à disposição da CREDN e ao permanecer aqui por mais de 4h, o chanceler deu mais uma demonstração do seu respeito com essa Casa e com essa Comissão. Tivemos a oportunidade de explorar diferentes assuntos e o ministro não se furtou de responder a nenhum dos deputados presentes”, destacou o deputado Pedro Vilela (PSDB-AL), presidente da Comissão e autor do requerimento que motivou a reunião.

Segundo ele, “o ministro nos transmitiu as grandes linhas da nossa Política Externa e os esforços que têm sido realizados para que o processo de acessão do Brasil à OCDE, seja concluído em breve, bem como a importância que tem o MERCOSUL e a posição adotada em relação à guerra no Leste Europeu. É papel da CREDN, agora, respaldar todas aquelas agendas que têm o interesse nacional como principal objetivo”, explicou.

“Concentramos nossos esforços no combate à pandemia, na promoção da recuperação da atividade econômica e nas questões relativas ao desenvolvimento sustentável”, disse o ministro. “A esse conjunto de desafios somaram-se, mais recentemente, um agravamento da situação internacional em decorrência do conflito na Ucrânia, com todos os seus impactos geopolíticos, econômicos e humanitários”, emendou.

O ministro revelou, ainda, que a posição do Brasil em relação à guerra no Leste Europeu, tem sido elogiada por diferentes países e que o presidente Jair Bolsonaro colocou-se à disposição para integrar um grupo de líderes políticos dispostos a dialogar com Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky. O asunto foi tratado recentemente pelos chanceleres do Brasil e da Turquia.

Fertilizantes

Carlos França reconheceu, também, a importância de se trabalhar para assegurar o fornecimento de fertilizantes para os produtores brasileiros. De acordo com ele, “a nossa prioridade é, como não poderia deixar de ser, assegurar o fornecimento contínuo de fertilizantes para a nossa produção agrícola. Ao mesmo tempo, temos buscado identificar fontes alternativas e sustentáveis para o fornecimento de fertilizantes. Mantemos, por exemplo, diálogo com diversos países produtores, como Arábia Saudita, Canadá, Irã e Nigéria”, detalhou.

O Brasil tem discutido, também, a possibilidade de emissão de uma licença especial para a importação de fertilizantes de países sob sanção, como o Irã e a própria Rússia. Carlos França revelou que tanto ele como o próprio presidente da República, têm dialogado com ministros e chefes de Estado a esse respeito.

Em relação ao Tratado de Livre Comércio MERCOSUL-UE, o ministro assinalou que a guerra no Leste Europeu “ampliou a sua relevância e a importância de se criar a base para uma cooperação de longo prazo com o MERCOSUL e a América Latina de modo geral."

Assessoria de Imprensa - CREDN