Chanceler destaca o papel da Diplomacia da Saúde e o presidente da CREDN alerta sobre metas ambientais
Brasília – “Os desafios do momento são grandes demais para que qualquer um de nós pretenda ter o monopólio das soluções. Nunca é assim, menos ainda em tempo de urgências tão agudas. As nossas urgências já estão mapeadas: a urgência da pandemia, a urgência da economia e a urgência do desenvolvimento sustentável”. Com esta declaração, o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, iniciou a sua participação na audiência pública realizada nesta quarta-feira, 28, pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados.
O evento atendeu à requerimento do presidente da Comissão, deputado Aécio Neves (PSDB-MG). Na oportunidade, França detalhou as iniciativas adotadas por ele nestes 22 dias em que está à frente do Itamaraty.
De acordo com o chanceler, além dos contatos com o Diretor-Geral da OMS, o Secretário-Geral da ONU e a nova Diretora da OMC, o Brasil tem buscado o diálogo com o BRICS, o G-20 e o MERCOSUL. Neste contexto, o Itamaraty também reforçou o diálogo bilateral com os EUA, China, Israel, Índia, Rússia, Espanha e Reino Unido. Diplomatas brasileiros no exterior têm buscando, ainda, estreitar o diálogo com as empresas fabricantes de imunizantes.
O presidente da CREDN destacou a relevância do debate ambiental para o relacionamento do Brasil com o mundo.
"Na semana que vem, a partir de 3 de maio, tem início a primeira das três reuniões preparatórias para a COP-15 da Biodiversidade, que será realizada em outubro, na China. O principal documento em negociação é o Marco Global para a Biodiversidade pós-2020, com metas para a conservação e uso sustentável da biodiversidade. O Brasil abriga 22% das espécies do planeta, possui 66% de seu território com floresta nativa e é, ao mesmo tempo, o maior exportador líquido de alimentos do mundo. A nossa inserção na economia do século XXI passa por essa qualidade de ser uma potência agropecuária e também ambiental. A COP-15 é, portanto, central na estratégia de assegurar a sustentabilidade da produção brasileira", afirmou o deputado Aécio, destacando que a expectativa da sociedade e do Legislativo é de que as intenções anunciadas pelo presidente brasileiro na reunião da Cúpula do Clima, semana passada, resultem em ações concretas. Entre as quais, a redução do desmatamento ilegal.
Para o Aécio Neves, “as condições de vida de nós, brasileiros, dependem hoje diretamente das relações externas que formos capazes de manter, seja para ter mais vacinas ou para gerar os empregos que precisamos. Sem a cooperação internacional para oferta de vacinas e medicamentos e sem os acordos comerciais não há esperança de melhoria para o Brasil. Durante quatro horas, falamos hoje ao novo chanceler, Carlos França, sobre o desafio que deve ser buscado obstinadamente de resgatarmos o melhor da nossa diplomacia. Vamos confiar que isso seja feito frente à gravidade da tragédia que enfrentamos”, concluiu.
Assessoria de Comunicação e Imprensa – CREDN