Chanceler descarta sanções à Venezuela e transferência da embaixada brasileira para Jerusalém

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, descartou nesta quarta-feira, 13, em audiência pública realizada pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, que o Brasil irá impor sanções individuais a membros do Governo venezuelano.
13/06/2018 18h45

Alexssandro Loyola

Chanceler descarta sanções à Venezuela e transferência da embaixada brasileira para Jerusalém

Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, descartou nesta quarta-feira, 13, em audiência pública realizada pela Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, que o Brasil irá impor sanções individuais a membros do Governo venezuelano. Ele afirmou ainda que não há qualquer possibilidade de transferência da Embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém.

O evento foi realizado por requerimento do deputado Nilson Pinto (PSDB-PA) para quem “o Itamaraty tem executado uma política de Estado que é exatamente o que o Brasil precisa. A política externa não está sendo desenvolvida ao sabor de paixões pessoais ou vocações ideológicas de quem quer que seja. Há um paradigma que segue princípios constitucionais. Todos os presentes, independentemente de partido, reconheceram esse trabalho e parabenizaram essa postura que é, sobretudo, de Estado”.

O presidente da CREDN também questionou o chanceler acerca da posição brasileira em relação à Venezuela. Em reunião no início do mês em Washington, a Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou resolução que abre caminho para a suspensão daquele país no organismo. De acordo com o ministro, “a nossa atitude se baseia exclusivamente no não cumprimento de compromissos assumidos por ela quando subscreveu os instrumentos formadores dessas organizações", afirmou, lembrando que a Venezuela está suspensa do MERCOSUL.

Na avaliação de Nilson Pinto, Aloysio Nunes "expressou exatamente a posição brasileira reconhecida há muito tempo. O Brasil é contra intervenções, mas o Brasil segue o paradigma da OEA, que não aceita estados não democráticos. E, na verdade, a Venezuela se forçou à exclusão ao ir de encontro aos princípios da OEA".

Oriente Médio

Sobre a postura brasileira em relação ao conflito Israel – Palestina, o ministro assegurou que não haverá mudanças e que as relações com ambos é excelente. Entre os dias 27 de fevereiro a 6 de março, ele realizou visitas a Israel, Palestina, Jordânia e Líbano.

Além disso, reiterou que o Brasil não foi consultado ou recebeu qualquer pedido por parte das autoridades israelenses para transferir a sua embaixada de Tel Aviv para Jerusalém.

Segundo ele, “a questão de Jerusalém é central para a resolução do conflito entre israelenses e palestinos, para o qual a única solução justa e duradoura é a solução de dois estados convivendo em paz e segurança, em fronteiras internacionalmente reconhecidas e mutuamente acordadas”.

MERCOSUL

Aloysio Nunes Ferreira também reafirmou a prioridade conferida pelo Brasil para devolver o MERCOSUL às suas origens econômico-comerciais e explicou que o Tratado de Livre Comércio negociado com a União Europeia pode ser firmado até o final deste ano.

“Na minha viagem à Ásia (7 a 25 de maio), lançamos as bases para um acordo entre o MERCOSUL e a Coreia do Sul. Também seguem avançando os entendimentos com o EFTA, Japão, Cingapura e Tunísia. O MERCOSUL é hoje “a noiva cobiçada”, principalmente em tempos de guerra comercial”, destacou.

  

 

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