Aécio Neves pede que OMS reveja cronograma e priorize vacinas para o Brasil
Ao classificar a situação da pandemia no Brasil como dramática, o presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), da Câmara dos Deputados, deputado Aécio Neves (PSDB-MG), pediu ao diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), o etíope Tedros Adhanom Ghebreyesus, que a entidade reveja o cronograma de entrega de vacinas para o combate ao Covid-19. “Precisamos acelerar o processo de vacinação e o mundo deve se sensibilizar e apoiar a adoção de uma nova equação para evitar que o caos brasileiro se espalhe ainda mais”, afirmou.
Nesta quinta-feira, 1º, o deputado participou de uma reunião virtual com o chefe da OMS, junto com a senadora Kátia Abreu (MDB-TO), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado Federal. Os dois manifestaram a preocupação do Congresso quanto ao recebimento de vacinas e a gravidade da pandemia no país.
Tedros Adhanom revelou que há problemas na produção por parte de todos os fabricantes, mas prometeu levar a demanda brasileira para deliberação do Acelerador ACT, iniciativa para acelerar o processo de desenvolvimento, produção e acesso equitativo a provas, tratamentos e vacinas contra o coronavírus.
O diretor-geral da OMS também se dispôs a enviar duas equipes da OMS para o Brasil, desde que haja concordância do governo brasileiro. Uma equipe para trabalhar diretamente com a Fiocruz e o Instituto Butantan, na produção local de vacinas, e outra para colaborar com o Ministério da Saúde, na redefinição de políticas públicas de combate à expansão do Covid-19.
“Vamos trabalhar para que o governo brasileiro aceite a oferta da OMS e, também, para que seja revista a posição do Brasil junto à OMC quanto à iniciativa de Índia e África do Sul, para que haja uma quebra temporária de patentes. Isso permitirá que os países em desenvolvimento, Brasil incluído, possam acelerar também o processo de produção local de insumos e vacinas”, explicou Aécio Neves.
O deputado também pediu à OMS que apoie os esforços do Brasil para a produção do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA). Segundo ele, “o complexo industrial brasileiro não se restringe à Fiocruz e ao Butantan. Há muitos outros centros de referência em condições de se somar às iniciativas que podem conferir ao Brasil maior independência neste momento de crise grave”, assinalou.
O diretor-geral alerta que, para além da vacinação e aceleração do cronograma de envio de vacinas ao Brasil, que ele prometeu ajudar, é preciso que medidas de contenção sejam mantidas. “Ele falou isso de forma reiterada, de que é necessário manter o distanciamento social, o uso de máscaras, a higienização das mãos, além da ventilação dos ambientes. Acho que tudo isso contribui para a inversão da curva que hoje estamos vivendo no Brasil”, completou o deputado.
Assessoria de Comunicação e Imprensa/CREDN