Aécio Neves critica discurso do Brasil na ONU e lamenta oportunidade perdida
Brasília – O presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara dos Deputados, Aécio Neves (PSDB-MG), criticou, nesta quarta-feira, 22, o discurso de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, proferido nesta terça-feira, 21, pelo presidente Jair Bolsonaro. De acordo com o parlamentar, o presidente perdeu uma grande oportunidade de inserir o Brasil na discussão dos grandes temas globais.
Aécio Neves também lamentou o silêncio do presidente da República em relação à pandemia e ao potencial do Brasil em oferecer apoio internacional ao combate ao Covid-19. Segundo ele, “o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU é tradicionalmente oportunidade para Brasil expor sua visão sobre os principais temas do cenário mundial. Trata-se de uma posição de destaque única que nenhum outro país em desenvolvimento possui”, lembrou.
“O atual governo brasileiro, entretanto, pelo terceiro ano consecutivo, insiste em limitar seu discurso a temas circunscritos à agenda brasileira e perde, novamente, a chance de buscar influenciar a agenda internacional à luz de seus interesses , observou o presidente da CREDN.
Na avaliação de Aécio Neves, “na prática, o discurso do presidente na ONU reflete a negação do multilateralismo e – nisso – mantém-se avesso à toda a tradição de discursos brasileiros nas Nações Unidas desde a Nova República. Em plena pandemia de COVID-19, que já matou 4 milhões de pessoas ao redor do mundo, nenhuma palavra sobre desigualdade global na distribuição de vacinas, nem sobre a capacidade do Brasil, com sua rede de centros produtores de imunizantes, de contribuir para o esforço global nessa área. No ano das duas COPs (do Clima e da Biodiversidade), nenhuma menção sequer ao termo “desenvolvimento sustentável” – conceito central da diplomacia brasileira – em todo o discurso”, lamentou o deputado.
Para o presidente da CREDN, “enquanto o multilateralismo não voltar, de fato, à pauta prioritária da diplomacia brasileira, permaneceremos à margem das decisões internacionais, inclusive daquelas que nos afetam diretamente”, concluiu.
Assessoria de Imprensa - CREDN