Adesão do Brasil à Nova Rota da Seda será tratada em audiência pública

Decisão sobre a participação do Brasil no projeto chinês da Nova Rota da Seda não foi tomada pelo atual governo, que está dividido quanto aos benefícios para o país desta iniciativa.
31/10/2024 15h50

Vinicius Loures CD

Adesão do Brasil à Nova Rota da Seda será tratada em audiência pública

Foi aprovado nesta quarta-feira, 30, na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), requerimento de autoria do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que solicita a realização de audiência pública para discutir a adesão ou não do Brasil à Nova Rota da Seda 

A Nova Rota da Seda, que já recebeu cerca de 1 trilhão de dólares em investimentos em projetos ao redor do mundo, é promovida como uma iniciativa vantajosa para todos os envolvidos e uma maneira de impulsionar o desenvolvimento em outros países. Mas, segundo Bolsonaro, “esse projeto também reflete a expansão do poder e da influência global da China que, devido ao seu regime político ditatorial, exerce essa influência de maneira mais incisiva”, afirmou.

O deputado quer entender melhor a posição brasileira, além de prospectar detalhes acerca dos interesses geopolíticos da China com a iniciativa. “Ao contrário de instituições internacionais e outros países, a China impõe menos condições sobre os empréstimos que oferece e não hesita em investir em nações endividadas, mau pagadoras ou com histórico de corrupção”, alertou.

América Latina

Após 10 anos de existência, a iniciativa chinesa, denominada Cinturão e Rota da Seda, está ampliando gradualmente sua presença na América Latina. Até 2023, 21 países da região somaram-se ao megaprojeto chinês. Durante este período, o volume da presença chinesa na região aumentou significativamente.

Em 2022, o investimento chinês na região chegava a 12 bilhões de dólares, isto é, 9% de todo o investimento do gigante asiático na América Latina. “A China também se tornou um de seus maiores credores, emitindo mais de 137 bilhões de dólares em créditos entre 2005 e 2020. Atualmente, 150 países estão envolvidos nesta iniciativa e o Brasil ainda não se decidiu”, concluiu.

 

Assessoria de imprensa - CREDN