Comissão discute políticas públicas para pessoas com autismo e a validade do laudo médico pericial
A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência realizou audiência pública que discutiu as ações voltadas às pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e o PL 348 de 2022 que discute a validade do laudo permanente das pessoas com deficiência.
A audiência foi proposta pela deputada Alice Portugal, apoiada pelo Presidente Márcio Jerry.
A deputada estadual Andréa Werner, fundadora do Instituto Lagarta Vira Pupa, destacou que o desconhecimento do espectro do autismo interfere no diagnóstico tanto de crianças quanto de adultos e, consequentemente, a falta de um acompanhamento adequado da pessoa autista.
“Falta conhecimento de especialistas para diagnosticar todos os níveis de autismo. Isso afeta tanto crianças, que têm grau leve, quanto às pessoas que chegam à vida adulta com esse mesmo grau, e não são assistidas pela rede pela falta de um diagnóstico preciso,” destacou.
Adriana Reis, psicóloga clínica, contribuiu no debate dando ênfase à necessidade de emissão de laudos permanentes às pessoas que já tem deficiência comprovada, mas enfatizou a necessidade de que esse documento seja emitido por profissionais capazes de identificar os espectros do autismo.
“Precisamos de formação, profissionais especializados que sejam capazes de identificar os espectros do autismo, e que se tenha um olhar mais sensível, analisando aspectos psicológicos, pedagógicos para que o laudo esteja devidamente embasado e possa ser emitido de forma permanente,” pontuou.
Márcio Jerry enalteceu a qualidade do debate, reiterando o compromisso do colegiado de ampliar a discussão de colegiado com a sociedade civil, buscando a partir da legislação, melhorar as condições da pessoa com deficiência em todo o Brasil.
Também participaram do encontro o presidente de honra do Movimento Orgulho Autista Brasil, Fernando Cotta, coordenadora regional do Instituto Lagarta Vira Pupa – Bahia, Marleide Nogueira, além de representantes da sociedade civil que são autistas e que convivem com pessoas com autismo.
Texto: Leandro Quirino/Ascom