Ministro do Trabalho projeta deficit de R$ 140 bilhões na Previdência
O ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira de Oliveira afirmou que o governo interino de Michel Temer busca consensos para garantir a sustentabilidade da Previdência Social. Segundo ele, a projeção do deficit do setor é de R$ 140 bilhões, “mas pode ser maior”.
Nogueira participa, neste momento, de audiência pública da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, que promove uma série de debates sobre a Reforma da Previdência.
Para superar o deficit e garantir a sustentabilidade da Previdência, o ministro lembrou que o governo criou um grupo de trabalho para construir uma proposta de reforma a ser posteriormente enviada para o Congresso Nacional. Do grupo, fazem parte os ministérios do Trabalho, da Fazenda e da Casa Civil, juntamente com as centrais sindicais e os representes dos empregadores.
“O governo sempre deixou claro que não tem uma proposta pronta e quer compartilhar com a sociedade essa angústia e, por meio da representação legítima da sociedade, construir uma proposta que venha a amenizar a situação negativa da previdência", destacou Nogueira.
"Depois de alguns estudos realizados pelas centrais, foram apresentadas ontem algumas propostas que estão em análise pelo governo para ajustes que possibilitem o posterior consenso no Parlamento”, disse o ministro, sem detalhar tais propostas.
Confederação contesta números
No entanto, os cálculos em torno do deficit da Previdência sofreram críticas. O vice-presidente da Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas (Cobap), Carlos Olegário, contestou o número e garantiu que a Previdência é superavitária. Para o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), os argumentos de que “a previdência está quebrada são de quem quer tirar dinheiro dos aposentados”.
Segundo o deputado, uma das provas de que o setor é superavitário foi a articulação do governo para aprovar a proposta de emenda à Constituição sobre a Desvinculação das Receitas da União (DRU), “que vai tirar R$ 120 bilhões da Seguridade Social”. Faria de Sá também criticou a recente reforma administrativa que dividiu o controle da previdência entre os Ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento.
Com informações da Agência Câmara Notícias
Reportagem - José Carlos Oliveira
Edição - Newton Araújo