Em sessão solene na Câmara, Roberto de Lucena reitera a necessidade de políticas públicas em prol da pessoa idosa
"O aumento da expectativa de vida do brasileiro é uma conquista, porém nos traz a necessidade de agilizarmos políticas públicas adequadas para atendermos essa população", afirmou o presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa (CIDOSO) da Câmara, deputado federal Roberto de Lucena (PV/SP), durante a sessão solene em homenagem ao Dia Internacional do Idoso.
Realizada na última terça-feira (04), a sessão solene foi iniciativa da CIDOSO e da Frente Parlamentar Mista do Envelhecimento Ativo, por intermédio da presidente da Frente, deputada Flávia Morais (PDT/GO). O evento aconteceu no Plenário Ulisses Guimarães e tinha por objetivo sensibilizar a sociedade para as questões do envelhecimento e da necessidade de proteger e cuidar da população mais idosa.
Em seu discurso, Roberto de Lucena apresentou dados estatísticos sobre o envelhecimento. Segundo ele, existem hoje cerca de 600 milhões de pessoas com 60 anos de idade ou mais em todo o mundo. Até 2025 esse número deverá dobrar, e em 2050 serão dois bilhões de idosos, a maioria deles morando em países em desenvolvimento. Só na América Latina e Caribe, serão 200 milhões de idosos.
No Brasil, entre 1991 e 2011, a população idosa mais que dobrou, atingindo um total de 23,5 milhões de pessoas. Em 2014, esse número já alcançava 28 milhões, ou seja, 13,7% da população brasileira. Estima-se que em 2055 haverá no país, pela primeira vez, mais idosos do que pessoas de até 29 anos de idade. A expectativa de vida do brasileiro subiu de 33,7 anos em 1900, para 75,4 anos em 2014. A taxa de fecundidade caiu de 6,16 filhos por mulher para apenas 1,57 entre os anos de 1940 e 2014.
“Embora os dados e estatísticas sejam relevantes, acredito que são grandes os desafios que a Câmara tem, no compromisso moral com essa parcela da população brasileira que envelhece, que contribuiu na construção do desenvolvimento, do progresso e da riqueza deste país. Nem todos têm a felicidade de chegar na velhice com qualidade, quer seja em função da falta de respeito que muitas vezes lhe afetam dentro do seu ambiente doméstico, quer seja por falta de ações públicas que lhe permitam uma maior qualidade de vida, com saúde e atendimento social. Oferecer o arcabouço legal é importante, mas não é suficiente: precisamos ter um olhar de humanidade, sensível à pessoa idosa, de forma a conscientizar a sociedade para as questões relacionadas ao envelhecimento”, afirmou Lucena.
Por fim, o presidente da CIDOSO reiterou que o Brasil não está preparado para lidar com o envelhecimento da população. “É por isso que é muito importante o trabalho da Comissão do Idoso dentro desta Casa. São diversos os projetos que envolvem esse tema. A Reforma Previdenciária é um deles, o aumento de oportunidades de emprego para a pessoa idosa deve ser analisado, entre outros. Estamos inevitavelmente em rota de colisão com essa realidade no Brasil. Os dados estatísticos demonstram que alcançamos avanços e conquistas, mas também nos chamam para a responsabilidade de cuidarmos, de maneira humana, solidária e responsável, da pessoa idosa em nosso país. “
Texto: Izys Moreira - Assessoria de Imprensa