CMADS fará audiência pública sobre a intenção de abate de mais de 300 animais no Pampas Safari LTDA
Jackson Müller/Arquivo pessoal (https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/ativistas-fazem-novo-protesto-contra-abate-de-animais-do-pampas-safari-em-gravatai.ghtml)
Grupo de ativistas fez um protesto no Pampas Safari, em Gravataí, em 02 de setembro de 2017.
Por requerimento do Deputado Ricardo Izar (PP/SP), a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável realizará audiência pública para debater a intenção de abate de mais de três centenas de animais exóticos e da fauna nativa pertencentes ao plantel do Pampas Safari LTDA, localizado em Gravataí/RS, por razões de contingência econômica e suposta contaminação patológica.
O debate será realizado no dia 28 de novembro, terça-feira, às 14 horas, no Plenário 06 da Câmara dos Deputados. A audiência será transmitida ao vivo pelo Youtube e pelo portal e-Democracia, onde os participantes podem formular perguntas aos palestrantes. Participe:
https://edemocracia.camara.leg.br/audiencias/sala/545
Confira abaixo a programação completa:
AUDIÊNCIA PÚBLICA - DEBATE SOBRE O ABATE DE ANIMAIS NO PAMPAS SAFARI, EM GRAVATAÍ/RS
Requerimentos nos 217, 229 e 246/2017 - do Deputado Ricardo Izar (PP/SP)
Data: 28/11/2017 (terça-feira)
Horário: 14h
Local: Anexo II - Plenário 06
EXPOSITORES:
-- ERNANI POLO, Secretário de Agricultura, Pecuária e Irrigação do Estado do Rio Grande do Sul
-- FRANK ALARCÓN, Biólogo e Membro-fundador do Instituto Luisa Mell de Assistência aos Animais e ao Meio Ambiente (*)
-- EVERTON BALSIMELLI STAUB, Procurador do Pampas Safari Parque de Animais Selvagens LTDA (*)
-- JACKSON MULER, Diretor-Presidente da Fundação Municipal do Meio Ambiente de Gravataí (FMMA)
-- JULIANA COUBE, Ativista da causa animal (*)
-- PATRÍCIA NUNEZ WEBER, Procuradora-chefe da Procuradoria da República no Rio Grande do Sul (**)
-- REGINA BECKER FORTUNATI, Deputada Estadual/RS e ativista pela causa animal (*)
-- VÂNIA DE PLAZA NUNES, Diretora Técnica do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal/SP (*)
Legenda:
( ) À confirmar
(*) Confirmado
(**) Não virá
ENTENDA O CASO
A suspeita de contaminação por tuberculose fez a direção do Pampas Safari, em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, tomar a decisão de abater 300 cervos. Os sacrifícios começaram em agosto e 18 já foram mortos, segundo o Ibama.
O parque recebeu autorização da Secretaria Estadual da Agricultura. Nos últimos anos, após alguns animais morrerem no local, exames apontaram a doença.
Em abril, os donos do parque pediram autorização para abater os cervos e para que a carne dos animais que não tivessem a doença fosse vendida para consumo humano. O exame para comprovar a tuberculose só seria feito após a morte dos animais. o Ibama não autorizou, e pediu para o Safari fazer os exames com os animais vivos, para que os saudáveis fossem retirados do rebanho contaminado.
Os donos do parque disseram que não tinham dinheiro para fazer os exames e o tratamento dos cervos. Logo, pediram o abate emergencial de todos os animais por suspeita de tuberculose.
A decisão gerou revolta. A fundação Municipal de Meio Ambiente de Gravataí vai pedir a suspensão de sacrifícios.
"Essa visão da eutanásia em massa, no momento atual da sociedade, não me parece adequado. O fundamental é identificar os animais doentes, estabelecer um conjunto de medidas para fazer o manejo desses animais, e proceder de forma adequada", analisa o presidente da fundação, Jackson Müller.
Essa não é a primeira vez que casos de tuberculose aparecem no parque. Em 2007, búfalos foram contaminados. Em 2013, um novo surto atingiu camelos, lhamas e cervos. O Ibama chegou a interditar o local, mas ele reabriu três meses depois.
"O parque vem desde 2012 reiteradamente descumprindo os próprios planos de controle dessa doença que eoles nos apresentam", diz o médico veterinário do Ibama Paulo Wagner.
Em novembro de 2016, o Pampas Safari voltou a ser fechado, desta vez porque não cumpriu as medidas impostas pelo Ibama, como fazer exames para detectar tuberculose nos animais.
O Ibama diz que os animais seriam mortos de qualquer jeito, porque a lei, no Brasil, permite o abate dessa espécie de cervo para consumo humano, da mesma forma como é feito com o gado, por exemplo.
O Ibama acrescenta que o abate dos animais para consumo humano era normal enquanto o Safari estava funcionando.
O Pampas Safari existe desde 1977. São mais de 300 hectares e 10 quilômetros de estradas. Atualmente, abriga cerca de 500 animais.
O Ibama garante que a prioridade é evitar que a tuberculose se espalhe, e que depois serão apuradas as responsabilidades dos donos do parque. Eles podem responder por crime ambiental, por deixarem os animais morrerem.
"O problema é uma questão de saúde pública. Quanto mais esses animais permanecem no local, é maior o risco para outros animais, para as pessoas que estão lá dentro, e para o meio ambiente como um todo", acrescenta o médico do Ibama.
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