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Brasil tem 20.760 áreas contaminadas, segundo o Movimento Grito das Águas


O Brasil tem 20.760 áreas contaminadas, afirma o coordenador-geral do Movimento Grito das Águas, Leonardo Morelli. “Essas áreas influem diretamente na vida de 5 milhões de pessoas e indiretamente na de outros 15 milhões” – disse Morelli. A maior parte dessas áreas - cerca de 15 mil -, é de lixões, segundo levantamento do Movimento Grito das Águas. A contaminação se dá principalmente por metais pesados, como chumbo e mercúrio. Morelli participou de audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, quinta-feira 31, sobre acidentes ambientais e áreas contaminadas; e gerenciamento e destinação final de resíduos sólidos.

Segundo a coordenadora do Observatório de Desenvolvimento Socioambiental da Faculdade de Administração de Ciências Contábeis da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Araceli Ferreira, os ganhos obtidos por muitas empresas brasileiras com a venda de seus resíduos é superior aos gastos em investimentos ambientais. Sem dar nomes, ela deu como exemplo o caso de cinco siderúrgicas, que, em 2004, venderam resíduos para reciclagem ou para outras indústrias e faturaram R$ 224 milhões, e investiram R$ 159 milhões em ações ambientais. Araceli disse que essas mesmas empresas reduziram seus investimentos na área ecológica, entre 2002 e 2004.

O expositor Luciano Zica, secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, anunciou que ainda neste semestre o governo enviará ao Congresso Nacional um projeto de lei sobre resíduos sólidos. A proposta, segundo ele, responsabilizará de forma mais objetiva as empresas que produzem resíduos.

A audiência foi requerida pelos deputados Rodovalho (DEM-DF) e Augusto Carvalho (PPS-DF). "Acidentes ambientais no Brasil têm sido uma infeliz realidade. No entanto, as informações e os dados divulgados pela imprensa e por diversas instituições precisam ser confirmados oficialmente" - explicou Rodovalho. Ele espera que os dados obtidos na audiência pública norteiem os trabalhos da comissão.

Sobre a destinação de resíduos sólidos, o deputado Augusto Carvalho lembra que existem leis, como a 6.938/1981 (Política Nacional do Meio Ambiente), e normas que devem ser compreendidas e atendidas. Carvalho pretende discutir formas de desenvolver um sistema de gestão de resíduos eficaz e econômico. "Um adequado sistema de gestão de resíduos deve ter por objetivo a eliminação, a minimização e a reutilização ou reciclagem dos resíduos" – disse.

Também participaram da audiência os seguintes expositores: coordenador-geral do Programa de Vigilância Sanitária e Ambiental do Ministério da Saúde, Guilherme Franco; médico ortomolecular e homeopata Edison Saraiva; procurador da República em Guarulhos (SP), Steven Shuniti Zwicker; subsecretário de Meio Ambiente do Governo do Distrito Federal, Gustavo Souto Maior Salgado; secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Luciano Zica; gestor Ambiental Titan de Lima; e secretária-executiva do Fórum Nacional Lixo e Cidadania, Maria Stella Magalhães Gomes.