Manifestantes entregam carta contra Angra 3

Brasília – Manifestantes, inclusive vítimas do acidente com césio-137, em 1987, em Goiânia, entregaram uma carta à Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara, quarta-feira 8, contra a construção da usina nuclear Angra 3, no estado do Rio de Janeiro.

O Conselho Nacional de Política Energética já aprovou a retomada das obras da usina. Faltam a licença ambiental emitida pelo Ibama e a palavra final do Presidente da República, que já se mostrou favorável à construção. O projeto de Angra 3 prevê capacidade de produção de 1.350 MW. O custo seria de R$ 7,2 bilhões, além de R$ 1,5 bilhão já investidos, segundo a Eletrobrás.

Lembrando que, em agosto, completam 63 anos que bombas atômicas arrasaram as cidades japonesas de Iroshima e Nagasaki, o presidente da comissão, deputado Nilson Pinto (PSDB/PA), disse aos manifestantes que a questão nuclear terá de ser discutida na Comissão de Meio Ambiente, por toda a sociedade.

“Energia nuclear não é uma opção correta para o Brasil. Trata-se de energia suja, porque produz resíduo altamente perigoso para o ambiente e para os seres humanos. O Brasil dispõe de outras formas de produzir energia, a começar pela energia hidrelétrica, passando pela energia solar, pela energia eólica, pela biomassa, muito mais importantes, muito mais saudáveis para o homem e para o ambiente” – afirmou o parlamentar paraense.

Nilson Pinto alertou que é necessário ser absolutamente crítico com o uso de energia nuclear. “Eu não concordo com a retomada do programa nuclear sem discussão com a sociedade, quando o Brasil dispõe de tantas outras formas de produzir energia sem destruir o ambiente” - disse.