Parlamentares criticam horários de jogos de futebol

A audiência da Comissão de Legislação Participativa sobre futebol e democracia foi dominada pela discussão sobre a disputa política e das emissoras de TV na definição dos horários de jogos do campeonato brasileiro. O debate foi proposto pelo deputado Edivaldo Holanda Junior (PTC-MA), a partir de sugestão da Frente Nacional de Torcedores.
08/12/2011 12h50

Brizza Cavalcante

Parlamentares criticam horários de jogos de futebol

Audiência sobre democracia e futebol foi dominada por debate sobre horários dos jogos.

O deputado Vitor Paulo (PRB-RJ) afirmou que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a Rede Globo e o Clube dos 13 definem os horários dos jogos sem consultar o torcedor. Não há, segundo ele, uma preocupação com o horário mais adequado para o torcedor que trabalha. As definições são feitas baseadas em interesses comerciais na grade de programação das emissoras, especialmente da Rede Globo.

Ele afirmou que, infelizmente, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, não aceitou o convite para participar do debate e nem enviou um representante. A ausência dele, segundo Vitor Paulo, demonstra um desrespeito pela Câmara dos Deputados e pelo torcedor.

Trabalhador desrespeitado
O presidente da Frente Nacional dos Torcedores, João Hermínio Marques, também criticou os horários dos jogos. "Hoje, o jogo tem sido sobremesa de novela. Começa sempre depois da novela, às vezes em horários estapafúrdios. Horários que vão na contramão da realidade do trabalhador brasileiro."

O deputado Fernando Ferro (PT-PE) acredita que a audiência é apenas o começo de uma discussão, que precisa ser feita para tornar o negócio do futebol brasileiro mais transparente. Ele afirma que a parte visível do futebol no Brasil – os espetáculos nos estádios – constitui apenas 10% da realidade vivida por clubes, patrocinadores, jogadores e torcedores. O restante, segundo ele, é “lama submersa”, que precisa vir á tona.

O jornalista Paulo Cezar Andrade Padro e o ex-jogador Afonso Celso Garcia Reis (Afonsinho) também afirmam que há muitos problemas ocultos e apontam práticas pouco democráticas nas relações entre clubes, jogadores e torcedores. "O mundo do futebol trata a democracia entre aspas. Ele mascara a ditadura como uma falsa democracia", afirma Andrade Padro.

Já na opinião do ex-jogador Afonsinho, as confederações, federações e clubes "são organizações de caráter monárquico que não cabem mais no mundo de hoje".

Agência Câmara
Da Redação/ PCS