Maria da Saudade de Medeiros Braga, presente!

09/05/2024 15h39

AVS

Maria da Saudade de Medeiros Braga, presente!

A morte chega cedo,
Pois breve é toda vida.
O instante é o arremedo
De uma coisa perdida.

O amor foi começado,
O ideal não acabou,
E quem tenha alcançado
Não sabe o que alcançou.

E a tudo isto a morte
Risca por não estar certo
No caderno da sorte
Que Deus deixou aberto.

(Fernando Pessoa, 11-9-1933)

 

Tanto quanto sobre o amor, não há assunto sobre o qual nós, humanos, em qualquer tempo e lugar, mais nos detemos, e sobre o que mais evitamos falar, do que o da morte.

Ambos, amor e morte, ao longo de nossa jornada individual, nos marcam e definem. O primeiro nos afeta tanto pela disponibilidade quanto pela falta, a segunda nos alcança sempre desprevenidos, sempre muito cedo, como nos diz Fernando Pessoa.

As duas experiências moldam também nosso lugar e jeito de estar no mundo, nossa relação com os outros, as lutas que escolhemos fazer, como tratamos a vida, a nossa, a dos nossos, a dos outros, de tudo que é vivo.

Se o amor pode faltar, a morte sempre nos alcança, nos rodeia, nos assusta e nos lembra do valor da vida, de nossas ações, de nossas escolhas, do como vivemos: pelo amor e pela vida.

Prezado Glauber, sabemos que, em sua jornada até aqui, não faltou amor. E quem o conhece tem certeza de que não falta amor, traduzido de muitas formas, em suas ações, em suas palavras, em seus projetos.

A morte, que agora se apresenta sem convite, como sempre, exige pausa, pede atenção aos furos na alma e indica o luto como lugar temporário, um umbral que precisa ser atravessado. Do outro lado, a tristeza dará lugar à saudade.

 

                                                                     

 

A Saudade, achamos que não por acaso, sempre esteve com você e nunca o abandonará. Esteve com você na forma de amor, de exemplo, de valores traduzidos em ação, de solidariedade, de justiça... e em algum dos buracos da alma se instalará como saudade.

A você e sua família desejamos que o instante, o agora, esse arremedo do porvir, seja vivido como lembrança do amor recebido - começado antes de nós e a continuar em nós e depois de nós, como um presente, uma dádiva a alcançar os que encontrarmos no caminho.

 

Erivan da Silva Raposo

Servidor da Comissão de Legislação Participativa 

Em nome da equipe técnica da Comissão de Legislação Participativa:

Áurea, Bernadete, Carlos, Daniele, Erivan, Gesa, Gílson, Kamila, Nathália, Vanda e Vítor