Delegado fala sobre notícia-crime contra ministro do Meio Ambiente em audiência pública
A audiência pública, em formato virtual, acontece às 16h e será transmitida ao vivo pelos canais oficiais da TV Câmara e pelo Youtube da Câmara dos Deputados.
A Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados é presidida pelo deputado Waldenor Pereira (PT/BA). A proposta do encontro foi apresentada pelos parlamentares Joseildo Ramos (PT/BA) e Paulo Teixeira (PT/SP) e subscrita por João Daniel (PT/SE).
“Um ministro que aparece na frente de 200 mil metros cúbicos de madeira derrubados de forma ilegal, além da prevaricação, esse ministro ajuda a destruir oportunidades para nosso país, ainda mais em tempos de pandemia, desafiando parceiros econômicos”, afirma o presidente da CLP.
Exatamente no momento em que os Estados Unidos retornam oficialmente ao Acordo de Paris sobre o Clima e convoca uma Cúpula de Líderes sobre o Clima, o Brasil é visto como um dos grandes vilões mundiais contra o meio ambiente, acusado de facilitar o desmatamento e a consequente emissão de gases de efeito estufa.
O Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles tem sido acusado de ser um promotor do desmatamento, de proteger e incentivar madeireiros e latifundiários na destruição de florestas, na redução de parques nacionais, no avanço sobre terras indígenas.
Alexandre Saraiva, enquanto Superintendente da Polícia Federal do Amazonas, ao enfrentar o ministro, acusando-o de interferências indevidas no trabalho da Polícia Federal e de defender madeireiros flagrados praticando desmatamento ilegal na Amazônia, tornou-se alvo do governo federal e foi demitido pelo Diretor Geral da PF. Sua demissão foi publicada no Diário Oficial da União no último dia 20.
A saída do delegado foi anunciada um dia depois dele levar notícia-crime contra o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Saraiva acusa o ministro de interferências indevidas no trabalho da Polícia Federal e de defender madeireiros flagrados praticando desmatamento ilegal na Amazônia.
O deputado Joseildo Ramos considera ser este “um debate oportuno porque trata de um fato execrável. Um delegado, cumprindo seu papel, inclusive defendendo a natureza, encontra pela frente um ministro ideológico que defende a grilagem e os extrativistas”.
Pedro Calvi / CLP