Transporte aéreo e liberação de emendas dominam debate sobre turismo na Amazônia

23/08/2007 12h20

O transporte aéreo e a liberação de emendas parlamentares dos estados – o total previsto é de R$ 26 milhões - foram as maiores preocupações dos deputados da Comissão da Amazônia Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional (CAINDR), expostas na audiência pública que discutiu os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para ó Turismo na Amazônia. O evento aconteceu na manhã de hoje (22/8) e contou com a presença da ministra do turismo, Marta Suplicy. A audiência atendeu aos requerimentos da presidente da CAINDR, deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), e da deputada Fátima Pelaes (PMDB-AP). <br />
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Esclarecendo que não há uma PAC para o turismo na Amazônia, mas um Plano Nacional de Desenvolvimento, no qual a região está fortemente inserida, a Ministra disse ter consciência que o turismo na Amazônia não vai se desenvolver se não contar com uma boa infra-estrutura de transporte regional e mais linhas aéreas internacionais. “Estamos pelejando para isso acontecer”, ressaltou. <br />
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Marta Suplicy considerou que o fato da CAINDR ter definido, em audiência pública anterior, fazer o levantamento, junto aos Estados, das linhas aéreas prioritárias a serem criadas, vai facilitar o trabalho do Ministério do Turismo. “Estamos fazendo este trabalho e depois poderemos checar as demandas localizadas”, disse. <br />
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Com relação a liberação de emendas, a Ministra informou que tem a garantia do Governo que as todas serão liberadas em dezembro. Mas ressaltou que acha o prazo longo e que está fazendo um grande esforço para antecipar essa liberação. <br />
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Chineses – Segundo Marta Suplicy em 2010 cerca de 50 milhões de chineses estarão viajando pelo mundo. “E o Brasil tem um acordo recente com a China que o credencia como destino desses turistas. Além disso, pesquisas revelam que o oriental não busca prioritariamente sol e praia, e sim belezas naturais. Aí a Amazônia entra fortemente. Mas temos que nos preparar. Temos que proteger, preservar e ao mesmo tempo criar infra-estrutura naquele região”, reconheceu. <br />
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Para Marta Suplicy as florestas, os rios, a biodiversidade e a cultura amazônicas são atrativos sem comparação com nenhum outro lugar no mundo.”Qualquer dos noves estados da Amazônia Legal tem belezas a oferecer que enchem os olhos dos turistas nacionais e estrangeiros, hoje assustados pelo aquecimento global e pela escassez da água no mundo”, lembrou. <br />
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A ministra entende a Amazônia também como uma grande opção do turismo nacional. “Além de ser uma importante âncora para promover o destino do Brasil no exterior, a Amazônia é o destino que quase todo brasileiro quer conhecer. O século XXI será marcado pelo turismo ecológico e sustentável. e a Amazônia é ouro puro neste campo”, disse. <br />
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Viaja Mais – O Ministério do Turismo estará lançando no próximo mês de setembro o Programa Viaja Mais – Melhor Idade, criado para gerar demanda turística no período de baixa ocupação da rede hoteleira e garantir o setor aquecido o ano inteiro. Segundo a Ministra, a Amazônia foi escolhida como um dos destinos desse Programa, destinado a aposentados e pensionistas. Ela informou ainda que temos hoje no Brasil 80 milhões de aposentados e 16 milhões viajam muito. <br />
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O programa vai oferecer pacotes e preços promocionais e financiamento com juros abaixo de 1% ao mês. Serão usados recursos do Fundo do Amparo ao Trabalhador (FAT). <br />
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Triênio 2007-2010 – De acordo com a Ministra o Plano Nacional de Turismo 2007-21010 tem como metas: o fortalecimento do mercado interno, gerando 1,7 milhão de empregos no setor até 2010; aumento para 217 milhões o número de viagens no mercado interno; organização de 65 destinos turísticos no Brasil dentro do padrão internacional de qualidade e certificação; e entrada de US$ 7,7 bilhões em divisas para o Brasil. “A Amazônia tem papel fundamental nisso tudo”, ressaltou. <br />
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Marta Suplicy fez ainda questão de ressaltar que o fato e não ter um PAC, mas sim o Plano Nacional de Turismo, não impede que o Ministério possa atuar em parceria com a CAINDR na luta por mais investimentos para a região. “E a Comissão pode e já vem sendo parceira do Ministério na tarefa de aumentar a dotação orçamentária da pasta através de emendas. Eu creio que juntos podemos potencializar os investimentos na Amazônia”, concluiu. <br />
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O evento foi interrompido por um compromisso de última nora da Ministra. Vários deputados estavam inscritos para o debate, que só aconteceu parcialmente. Para dar continuidade a discussão sobre o tema, os parlamentares da CAINDR voltam a se reunir com ela na próxima semana, dessa vez em audiência no próprio Ministério. <br />
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Bety Rita Ramos