Palestrantes e deputados defendem mais recursos para controlar pragas na lavoura
O diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do Ministério da Agricultura, Cósam de Carvalho Coutinho, disse que o órgão tem orçamento anual de R$ 50 milhões. Ele admitiu que os recursos são insuficientes pra cobrir o País inteiro e que a região Norte é a mais vulnerável às novas pragas. “A região Norte é uma preocupação a mais porque é de acesso difícil, tem fronteiras imensas, cidades divididas entre dois países, e outras características que tornam mais fácil a introdução de uma nova praga do que no sul do País, que é mais vigiado”, disse o diretor.
São essas dificuldades de locomoção, na avaliação do Diretor Operacional da Agência de Defesa Agropecuária do Pará, Sálvio Freire da Silva, que justificariam mais recursos para a região, que gasta mais para chegar onde estão as pragas. “Em determinadas regiões só se consegue chegar de avião. Por exemplo, em uma das nossas fiscalizações gastamos R$ 12 mil só para visitar uma fazenda”, disse.
Mosca da carambola
Sálvio enfatizou que o aumento do controle na região é necessário porque cabe aos estados do Norte, entre outros, o controle de uma praga que pode gerar prejuízos de pelo menos 150 milhões de dólares (cerca de R$ 240 milhões) para o País. Segundo ele, caso a mosca da carambola avance pelo Pará, a exportação de frutas de vários outros estados será comprometida por barreiras sanitárias internacionais.
Recursos no Orçamento
O deputado Ademir Camilo (PDT-MG), que sugeriu a reunião, disse que vai defender a ampliação dos recursos para a defesa vegetal na Comissão do Orçamento. O parlamentar reclamou da diferença entre o grande orçamento da defesa contra pragas animais e o pequeno orçamento para o combate às pragas das lavouras, mostrado da audiência. “É preciso mudar os olhares”, disse.
Durante a reunião, o deputado Dilceu Sperafico (PP-PR), que será o relator setorial de agricultura do Orçamento de 2012, disse que está à disposição do Ministério da Agricultura para discutir as demandas relacionadas à fiscalização vegetal.
Reportagem - Carol Siqueira
Edição – Regina Céli Assumpção
Agência Câmara de Notícias