Ministra: Amazônia pode aumentar em seis vezes a produção de pescado

Em cinco anos, a Amazônia pode multiplicar por seis a produção nacional de pescado. A afirmação foi feita nesta terça-feira pela ministra da Pesca, Ideli Salvatti, em audiência na Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional. A ministra expôs as propostas de investimentos nas áreas da pesca e aquicultura na Amazônia Legal.
25/05/2011 09h35

Lula Lopes

Ministra: Amazônia pode aumentar em seis vezes a produção de pescado

Ministra da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti

Segundo informou Ideli, a Amazônia tem potencial para fazer a produção nacional de pescado saltar dos atuais 1,5 milhão para 7,5 milhões de toneladas/ano, isso já em 2016. Ela destacou que a região tem 5% da superfície terrestre do planeta; 33% da área de floresta tropical; e 8,5% de toda a água doce do mundo. “A China, com 7% da água doce, é hoje o maior produtor mundial de pescado, com 60 milhões de toneladas/ano”, comparou a ministra.

O Brasil está apenas em 21° lugar nesse ranking, atrás de países bem menores, como Vietnã, Malásia, Filipinas, Islândia, Peru e Chile. A Amazônia, lembrou Ideli, tem como trunfos uma população com a cultura da pesca, clima propício e a maior biodiversidade do planeta. “É incompreensível a aquicultura ainda não ser a locomotiva da economia amazônica”, acrescentou a ministra.

A vantagem da produção de pescado em comparação com a pecuária bovina, segundo a ministra, é incontestável. Ela informou que, em média, um boi demora três anos para produzir 200 quilos de carne em um hectare da região. A criação de tambaqui em tanque escavado, na propriedade rural, pode gerar 4 toneladas/ano (12 toneladas em três anos) no mesmo hectare. Nos reservatórios de água, como os das barragens hidrelétricas, essa produção pode chegar a mais de 70 toneladas/ano.

Cadeia produtiva
Para garantir a expansão do pescado na Amazônia, explicou a ministra, será preciso montar a infraestrutura adequada ao bom funcionamento das cadeias produtivas, o que inclui pesquisas de alimentação, ração, reprodução, melhoramento genético, manejo, vacinação, instalação de frigoríficos, fábricas de gelo, produção de ração, renovação da frota de barcos artesanais, garantia de fornecimento de alevinos, entre outras providências.

Segundo Ideli, esse é foco do trabalho do Ministério da Pesca, a partir de um programa em parceria com os governos estaduais, com a Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e com instituições financeiras, em particular o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ideli informou que o BNDES já sinalizou a possibilidade de oferecer as linhas de crédito necessárias. “O BNDES percebeu que esse é um setor de alta lucratividade”, disse.

O presidente da comissão, deputado Gladson Cameli (PP-AC), afirmou que Região Amazônica vai agradecer a presença e as iniciativas do governo federal na área de aquicultura e pesca, “que representam importante alternativas de atividade econômica”.

Reportagem - Luiz Claudio Pinheiro
Edição – Maria Clarice Dias

Agência Câmara de Notícias