Gladson diz que não aceita mais desculpas das operadoras nos serviços de telefonia celular
“Não vamos mais aceitar desculpas sem uma solução para os problemas”. Dessa forma o presidente da Comissão da Amazônia, deputado federal Gladson Cameli (PP-AC), se posicionou ao final da audiência pública que discutiu na tarde de ontem, os serviços de telecomunicações nos Estados da Amazônia Legal. Compareceram à audiência que foi requerida por Gladson Cameli e Perpétua Almeida (PCdoB-AC), o Superintendente de serviços privados da Anatel, Dirceu Baraviera; José Gonçalves Neto, Superintendente de Universalização da Anatel; Roberto Nogueira Ferreira, Consultor da Presidência da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo; Maria Nilza, Presidente do Procon do Amapá; Marcos Augusto Coelho, Gerente de relações Institucionais da Telemar – OI; Mauricio Rodrigues, Diretor Regional da Vivo; Luiz Otávio, Diretor de Assuntos regulatórios da Claro; Leandro Guerra, Diretor de relações Institucionais da Tim e Chico Rodrigues, vice-governador do Estado de Roraima.
Apresentando relatórios de crescimento e investimento no setor, todas as operadoras, através de seus representantes, foram unânimes em dizer que estão fazendo o possível para que o desenvolvimento da telefonia móvel esteja a contento, porém, como explicou o diretor da OI, até mesmo a falta de infraestrutura na região é um empecilho para que os sistemas alcancem seus pontos pretendidos.
Um dos exemplos dados foi a falta de conclusão do asfaltamento da BR 364, no Acre, que impede que sejam colocados os cabos de fibra ótica para alcançar os municípios ao longo da BR até Cruzeiro do Sul.
Gladson Cameli reafirmou em sua fala que, ainda que a telefonia esteja em estágio mais avançado, a região Norte apresenta médias muito inferiores à nacional em acessos móveis de operação e em densidade do serviço móvel pessoal.
Outro fator apresentado por Cameli foi o alto índice de reclamações dos usuários. No Acre, segundo dados fornecidos pelo Procon, apesar do problema energético ser crítico, as reclamações contra a telefonia celular superam, em muito, as reclamações contra a distribuição de energia elétrica. “Esses fatos demonstram o quanto essa região vem sendo relegada pelas empresas prestadoras do serviço de telefonia móvel e internet no que se refere à política de investimentos, expansão e melhoria na prestação do serviço”, afirma.
Cameli agradeceu a presença dos diretores das empresas de telefonia e disse que a Comissão da Amazônia vai cobrar da Anatel um posicionamento mais rigoroso com relação aos problemas apresentados e não solucionados. Até mesmo, explicou, porque outras mesas redondas e reuniões foram feitas, a exemplo da que aconteceu no Acre no meio do ano, e até agora nada foi resolvido efetivamente. Segundo ele, as planilhas operacionais não podem justificar os transtornos causados aos usuários e o lucro obtido tem que ser repassado, pelo menos em parte, na melhoria de qualidade de todos os serviços oferecidos.