Deputados discutem o Plano Nacional de Recursos Hídricos

Em audiência pública que ocorreu ontem (23/08) na Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (CINDRA), Deputados e convidados debateram o Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH).
24/08/2017 11h40

Darlan/CD

Deputados discutem o Plano Nacional de Recursos Hídricos

            O presidente da CINDRA, deputado Valadares Filho (PSB-SE), abriu a audiência pública falando da importância do Plano Nacional de Recursos Hídricos e da necessidade de se ter um gerenciamento mais adequado do uso da água.

            “A crise hídrica no Brasil, atualmente, não é restrita às regiões onde não chove, mas   atinge também onde há abundância de água, por isso a necessidade de se melhorar o gerenciamento do uso da água”, ressaltou.

Por sua vez, a gerente de Projeto no Ministério do Meio Ambiente, Adriana Lustosa, destacou a importância de promover o debate sobre o Plano, pois fortalece o planejamento nacional para os recursos hídricos do País.

            Já o secretário-executivo da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento Básico, Ubiratan Pereira, esclareceu que a perda de água no sistema de distribuição é um dos problemas mais graves enfrentados pelas empresas de saneamento. Por isso, “combater as perdas é um dos grandes desafios das empresas de saneamento”, afirmou. Segundo Ubiratan, na região Norte, a perda chega a representar 70% da água tratada. Entre as causas dessa perda está o péssimo estado de conservação das tubulações.

O deputado Valadares Filho destacou que, isoladamente, o desvio de água do São Francisco que ocorre no estado da Paraíba é o suficiente para abastecer diversas cidades da região; e indagou aos debatedores a respeito de como coibir abusos dessa natureza.

            Para o representante dos Pescadores e Usuários de Águas para o Lazer e Turismo da Câmara Técnica do Plano Nacional de Recursos Hídricos, Wilson Azevedo, para coibir os desvios clandestinos de água, é necessário intensificar a fiscalização: “A fiscalização é falha, por isso ocorre desvios clandestinos de água”.

            Em sua contribuição, o representante das Organizações Não Governamentais na CTPNRH, João Clímaco Soares, disse que o Plano Nacional de Recursos Hídricos não pode ser um instrumento apenas economicista. “O Plano deve necessariamente olhar para a sustentabilidade do meio ambiente”. Ele também destacou que o desafio em administrar os recursos hídricos está em fazer com que todos possam ter água potável; e não que esse benefício chegue a apenas algumas camadas da população.

            Na avaliação do deputado Valadares Filho, essa audiência pública, ao tratar de temas cruciais para o uso sustentável da água todas as regiões brasileiras pode trazer maior senso de solidariedade. Antigamente, se pensava que só a seca do Nordeste provocava escassez. Hoje se sabe que, também, no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, há crise hídrica. Até mesmo no Norte do País. “Dessa audiência, podemos tirar alguns subsídios para avançar no debate e na busca de soluções para o problema da falta de água que atinge quase todas as regiões brasileiras”, concluiu.

 

Texto: Marilda Bezerra