Consórcio de Belo Monte pede plano de segurança para impedir conflito

Ofício encaminhado à Comissão de Integração Nacional relata casos de ameaças e intimidação praticados por índios contra trabalhadores
27/05/2013 12h26

 

O Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) encaminhou na última sexta-feira (24), ofício à Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia (CINDRA). O documento é assinado pelo diretor de Relações Institucionais do consórcio construtor, Henrique Di Lello Filho, e relata um quadro de tensão extrema no canteiro de obras da usina hidrelétrica. O dirigente pede a elaboração de um plano de segurança específico para evitar conflito entre índios e trabalhadores da obra.

Segundo o ofício, a obra já contabiliza 17 casos de invasões e bloqueios ao longo da história do projeto, grande parte relacionada a ações de grupos indígenas. A carta revela que os episódios vêm se tornando cada vez mais graves, com a intimidação e ameaças dos indígenas sobre os funcionários alojados nos canteiros. A última ocorrência se deu no dia 2 de maio, quando um grupo armado obrigou os trabalhadores a deixar as instalações e entregar objetos de uso pessoal, como celulares e rádios comunicadores.

O relato da situação em Belo Monte inclui casos de intimidação, constrangimento e ameaças de expulsão dos funcionários dos alojamentos. “Isso é inadmissível. Além de atrasar o desenvolvimento do Brasil, esses grupos patrocinados por ONGs avançam sobre os direitos individuais de trabalhadores. A vida deles está associada diretamente ao canteiro de obras. Expulsá-los do local de trabalho é também expulsá-los de suas casas”, reagiu o parlamentar. Jerônimo cobrou do governo um plano de emergência para evitar o derramamento de sangue naquela região. “Com tanto policiamento para garantir a segurança na Copa da Confederações, deve sobrar algum efetivo para proteger os interesses de trabalhadores numa obra considerada estratégica para nossa economia”, criticou.

O consórcio construtor de Belo Monte ainda informa que já tomou todas as medidas possíveis para administrar o problema e que já não há mais nada a fazer dentro da esfera administrativa. “A construtora nos informa que há 22 mil trabalhadores nos três sítios das obras. Se contabilizarmos outros milhares de indígenas do outro lado do conflito, é possível concluir que podemos ter pela frente um conflito de grandes proporções numa região remota do Brasil, com consequências imprevisíveis. O ofício encaminhado a nós já é de conhecimento do governo”, alertou Jerônimo. A Comissão de Integração está finalizando os detalhes de uma missão parlamentar para visitar o empreendimento, localizado às margens do Rio Xingu, nas proximidades da cidade de Altamira (PA).

 


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